|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EMPREGO
Taxa atingiu 9% sob FHC e não baixou
desse patamar, chegando a 9,7% em 2003
Sob Lula, país teve maior desemprego desde 1992
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego do governo Lula em 2004 iguala a de
1998 (último ano do primeiro
mandato de FHC), mas o petista
em 2003 obteve o maior índice de
desemprego desde 1992. Em seu
primeiro ano de mandato, FHC
enfrentou uma taxa de desemprego de 6,1% e deixou seu segundo
mandato com índice 9,2%.
No primeiro mandato, a média
da taxa de desemprego de FHC ficou em 7,5%. No segundo mandato de FHC, saltou para 9,3%.
Em seus dois primeiros anos, a
média de Lula foi de 9,4%. No primeiro ano de Lula, a taxa avançou
ainda mais (9,7%), recuando para
9% em 2004, ano de maior vigor
da economia desde 1994.
Dois fatores explicam a mudança de nível da taxa: as intensas alterações estruturais na economia
brasileira provocadas pela abertura comercial, com ganhos expressivos de produtividade e corte de postos de trabalho, e o baixo
crescimento econômico que marcou a segunda metade da década
de 90 e o começo dos anos 2000.
Segundo Vandeli Guerra, do IBGE, a indústria teve de se modernizar para se adaptar à competição, demitindo mais ou contratando menos e elevando a produtividade. "Houve um forte ajuste
do mercado de trabalho, que passou a gerar menos empregos."
Como demanda serviços de outros setores, o ajuste da indústria
se espalhou por toda a economia.
Essas transformações mexeram
com a taxas de desemprego do
Brasil. Seu maior salto foi de 1997
para 1998, governo FHC, quando
passou de 7,8% para 9% sob efeito
das crise do mercado internacional num momento de grande dependência externa. Nunca mais
baixou do patamar dos 9% -de
92 a 96, oscilou entre 6% e 7%.
Mas o indicador que melhor
ilustra a tendência do emprego,
de acordo com Guerra, é o nível
de ocupação -percentual de
ocupados em relação ao total de
pessoas com mais de 10 anos. O
índice era de 57,5% em 1992. Chegou ao fundo do poço nos anos de
1998 (de crescimento pífio de
0,1%, na crise pré-desvalorização
cambial) e 2001 (racionamento de
energia), quando ficou em 54,8%.
Em 2004, reagiu, junto com a economia, alcançando 56,3%. "Mas
ainda não recuperou o nível dos
início dos anos 90", diz Guerra.
No primeiro mandato de FHC
(1995-1998), o PIB subiu 2,6% na
média anual. No segundo, ficou
em 2,1%. Sob os dois primeiros
anos do governo Lula, o país cresceu 2,7%, puxado pelo bom desempenho de 2004 (4,9%).
Sônia Rocha, da FGV, diz que o
mercado de trabalho mudou: o
emprego hoje não cresce mais como antes por causa dos ganhos de
produtividade dos anos 90. "Hoje, o impacto da alta do PIB sobre
o emprego é menor. É um reflexo
do ganho de produtividade."
O crescimento no número de
empregos criados teve seu pico
em 2002 (3,8%), último ano do
governo FHC e fase de "boom" de
exportações a agronegócio, favorecidos pelo fim do câmbio fixo.
O resultado de 2004 (3,3%) foi o
segundo melhor desde 1992.
Os dados da Pnad mostram ainda que as pessoas que ingressaram no mercado de trabalho conseguiram se ocupar. A PEA (População Economicamente Ativa),
que agrupa os desempregados e
os empregados, cresceu menos
(2,5%) do que a ocupação.
Texto Anterior: Expansão de empresas gera empregos no RS Próximo Texto: Pnad confirma formalização do trabalho Índice
|