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Plástico substitui metais em carros
da Reportagem Local
O pára-choque e a grade dos radiadores da maioria dos automóveis, eletrodomésticos como máquinas de lavar roupa, um número
enorme de ferramentas e de utensílios para cozinha -todos esses
são exemplos, cada vez mais comuns, de como a nova revolução
tecnológica está fazendo com que
o ferro e o aço cedam lugar para
outros materiais, especialmente os
plásticos.
A indústria automobilística talvez seja a área em que as mudanças
no uso de materiais estejam se processando de forma mais acelerada
nos últimos anos.
Desde a década de 30, alguns
componentes dos veículos são feitos de plásticos, mas a corrida para
substituir o aço ganhou fôlego, de
fato, desde os anos 80.
A Volkswagen calcula, por
exemplo, que entre 1990 e 1996 a
utilização de plástico nos automóveis cresceu cerca de 3% em relação ao peso do veículo.
``Nos últimos anos, a indústria
tem pesquisado muitos materiais
para tentar diminuir o peso dos
automóveis, como forma de reduzir o consumo de combustível'',
diz Geraldo Thomas Rinaldi, diretor do Sindipeças (entidade que
reúne fabricantes de autopeças).
Muitos dos novos materiais têm
esbarrado no problema dos custos
de produção, lembra Eduardo Damasceno, vice-diretor da Escola
Politécnica e professor de economia mineral na Escola de Minas da
USP (Universidade de São Paulo).
Uma dessas tentativas foi a de
pesquisadores japoneses, que tentaram criar um motor de cerâmica, cujo custo era várias vezes superior ao do motor convencional.
As inovações mais bem sucedidas até agora são as que usam plástico e novas ligas de metais, combinando, por exemplo, aço com
nióbio ou molibdênio, que permitem a fabricação de chapas mais finas e mais leves, diz Damasceno.
No caso do plástico, seu uso mais
intenso faz com que a grande
maioria dos automóveis saia das
fábricas hoje com pára-choques de
polipropileno composto, tipo de
plástico cuja principal vantagem é
sua capacidade de voltar à forma
original no caso de pequenos impactos -uma chapa de aço é deformada muito mais facilmente,
com custos maiores de conserto.
Além disso, o plástico pode ser
reciclado quantas vezes for necessário, informa a Volkwagen.
(CGF)
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