São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

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Plástico substitui metais em carros

da Reportagem Local

O pára-choque e a grade dos radiadores da maioria dos automóveis, eletrodomésticos como máquinas de lavar roupa, um número enorme de ferramentas e de utensílios para cozinha -todos esses são exemplos, cada vez mais comuns, de como a nova revolução tecnológica está fazendo com que o ferro e o aço cedam lugar para outros materiais, especialmente os plásticos.
A indústria automobilística talvez seja a área em que as mudanças no uso de materiais estejam se processando de forma mais acelerada nos últimos anos.
Desde a década de 30, alguns componentes dos veículos são feitos de plásticos, mas a corrida para substituir o aço ganhou fôlego, de fato, desde os anos 80.
A Volkswagen calcula, por exemplo, que entre 1990 e 1996 a utilização de plástico nos automóveis cresceu cerca de 3% em relação ao peso do veículo.
``Nos últimos anos, a indústria tem pesquisado muitos materiais para tentar diminuir o peso dos automóveis, como forma de reduzir o consumo de combustível'', diz Geraldo Thomas Rinaldi, diretor do Sindipeças (entidade que reúne fabricantes de autopeças).
Muitos dos novos materiais têm esbarrado no problema dos custos de produção, lembra Eduardo Damasceno, vice-diretor da Escola Politécnica e professor de economia mineral na Escola de Minas da USP (Universidade de São Paulo).
Uma dessas tentativas foi a de pesquisadores japoneses, que tentaram criar um motor de cerâmica, cujo custo era várias vezes superior ao do motor convencional.
As inovações mais bem sucedidas até agora são as que usam plástico e novas ligas de metais, combinando, por exemplo, aço com nióbio ou molibdênio, que permitem a fabricação de chapas mais finas e mais leves, diz Damasceno.
No caso do plástico, seu uso mais intenso faz com que a grande maioria dos automóveis saia das fábricas hoje com pára-choques de polipropileno composto, tipo de plástico cuja principal vantagem é sua capacidade de voltar à forma original no caso de pequenos impactos -uma chapa de aço é deformada muito mais facilmente, com custos maiores de conserto.
Além disso, o plástico pode ser reciclado quantas vezes for necessário, informa a Volkwagen. (CGF)

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