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Os compradores
Interessados
são sócios ou
acionistas da
própria Vale
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A maioria dos integrantes dos
consórcios que vão disputar o controle da Vale é formada por empresas ou fundações que são sócias
ou acionistas da própria Vale (ver
composição dos consórcios à
pág.7). Uma delas, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), tem
participação acionária na estatal.
A Vale participa do capital da
CSN por meio da sua subsidiária
Docenave (Vale do Rio Doce Navegação), com 9,85% da siderúrgica. É sócia da CSN com o grupo
Vicunha, a Previ e o Bradesco. Os
três são os principais idealizadores
do Consórcio Brasil.
Caso vença o leilão, a CSN passará a deter participações, por meio
da Vale, em algumas de suas concorrentes, pois a Vale tem participação na Usiminas e na Companhia Siderúrgica de Tubarão.
A Previ, fundo de pensão do
Banco do Brasil, já é acionista da
CST e da Usiminas, além de ser dona de 8,06% do capital ordinário
da Vale. Os demais fundos de pensão do Consórcio Brasil são também acionistas da Vale.
A Petros (Petrobrás), a Funcef
(Caixa Econômica Federal) e a
Funcesp (Cesp), juntas, detêm
1,97% do capital ordinário da Vale.
A Companhia Suzano de Papel e
Celulose é sócia majoritária da Vale na Bahia Sul Celulose. A Suzano
detém 55% do capital da empresa.
A norte-americana Alcoa possui
8,58% do capital da MRN (Mineração Rio do Norte), no Pará, da
qual a Vale é dona de 40%. Por
meio da MRN, a Alcoa participa do
capital da Alunorte, fábrica de alumina (alumínio básico) no Pará,
controlada pela Vale.
Valecom
Do lado do Consórcio Valecom,
todos os participantes têm algum
tipo de relação com a Vale. A Votorantim, líder do grupo, é dona
de 10% da MRN, por meio de sua
controlada CBA (Companhia Brasileira de Alumínio).
A Anglo American é sócia da Vale na Salobo Metais, projeto de cobre e ouro em Carajás. Os fundos
Sistel (Telebrás) e Centrus (Banco
Central) detêm, juntos, 2,8% do
capital ordinário da Vale.
A japonesa Mitsui, que se associou à brasileira Caemi, é sócia da
Vale na empresa de navegação
Nippon Bulkcarriers.
As 11 corporações japonesas que
formam a Brasil-Japão Participações têm relações de sociedade ou
de clientela com a Vale.
Desistências
Vários candidatos potenciais à
compra da Vale ficaram pelo caminho no processo de formação
dos consórcios. As principais ausências foram das grandes mineradoras de ferro australianas.
A regra que limitou a 10% do capital da SPE (Sociedade de Propósitos Especiais) a participação individual de grandes mineradoras
de ferro foi, segundo o mercado, o
motivo da ausência da BHP (Broken Hill Pty CO Ltd), quarta maior
mineradora do mundo.
Entre as australianas, somente a
Western Mining Holdings Ltd, 14¦
do mundo e pouco atuante na área
de minério de ferro, veio ao Brasil
consultar os dados da Vale, mas
acabou desistindo do negócio.
As grandes corporações japoneses, que temiam a possibilidade de
a Vale vir a ser controlada pelos
australianos, seus grandes fornecedores, ao lado da própria Vale,
relaxaram após a desistência e entraram no Consórcio Valecom
com uma pequena participação.
No lado brasileiro, dois nomes
muito fortes no início acabaram de
fora: a Aracruz Celulose e o Bradesco. O interesse da Aracruz era
na área de papel e celulose, mas
como o edital impede a divisão da
estatal por cinco anos, ela se desinteressou. O Bradesco, por ter participado da avaliação da Vale, não
poderá comprar ações, ficando
restrito a financiar os interessados.
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