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SERRA PELADA
Garimpeiros reivindicam direito sobre área
Comprador herda
conflitos no Pará
ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Curionópolis
O consórcio que assumir o
controle da Vale do Rio Doce vai
receber, além das 150 toneladas
de ouro no subsolo de Serra Leste, em Curionópolis (PA), uma
disputa com os garimpeiros remanescentes de Serra Pelada.
Serra Leste (630 km ao sul de
Belém) engloba o garimpo de
Serra Pelada, palco da maior corrida do ouro do Brasil, mas que
hoje não lembra em nada aquele
``Eldorado'' que chegou a abrigar 100 mil garimpeiros.
No ano passado, um grupo de
garimpeiros invadiu a área industrial da Vale em Serra Leste e
paralisou as 13 sondas de prospecção instaladas no local.
Eles reivindicavam o direito de
explorar uma jazida de ouro que
está a 400 metros de profundidade. Uma ação conjunta do Exército, Polícia Militar e Polícia Federal liberou as sondas.
Mas os garimpeiros já avisaram
que continuarão lutando pelo direito de garimpar ou de receber
uma indenização.
A concessão da área em disputa
pertence à Vale desde 74. Na década de 80, o presidente João
Baptista Figueiredo destinou
uma parte do terreno concedido
à empresa aos mais de 100 mil garimpeiros instalados no local.
A concessão deveria ser renovada a cada quatro anos. Mas em
1992, o então presidente Fernando Collor de Mello cassou o direito minerário dos garimpeiros.
Juridicamente, eles são apenas
posseiros das áreas dos barracos,
por estarem na região há 16 anos.
Antes dos conflitos no ano passado, a Vale comprava os barracos por R$ 6.000,00. Depois, as
negociações foram encerradas.
Segundo a empresa, cerca de
4.000 pessoas ainda vivem em
1.287 barracos em Serra Pelada.
Segundo a comissão de moradores, são 8.225, em 2.350 barracos.
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