São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

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Frases

Fernando Henrique Cardoso, presidente da República:
``...eu não era favorável à privatização da Vale até que eu fui vendo argumento por argumento e me convenci. O que faz a Vale estrategicamente? Eu acho que quase nada, porque ela pega pedra lá, por exemplo, em Carajás, põe num vagão, leva para o porto e manda para fora. É isso que é a exploração do minério de ferro. Não tem nenhuma tecnologia importante. Então, isso aí ao redor da Vale do Rio Doce é político. Eu não vi um argumento que fosse técnico, para o bem do Brasil.''

Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social):
``A Vale é, praticamente, a última estatal industrial a ser privatizada. Já foram realizadas 52 outras privatizações.''

José Pio Borges, economista e engenheiro, é vice-presidente e diretor da Área de Desestatização do BNDES:
``É bom lembrar que, por ser privatizada, a Vale não iurá desaparecer nem sair do lugar. Ao contrário: sem aqueles entraves, poderá captar mais recursos para investir e poderá alcançar novos patamares de produção. Será mais competitiva. E, assim, irá gerar mais renda, mais impostos e mais empregos.''

Roberto Campos, deputado federal (PPB-RJ), economista e diplomata:
``...não existem estatais `rentáveis' para o Tesouro. São rentáveis apenas para os funcionários. A Vale tem mais parecença com um instituto assistencial que criou uma aristocracia burocrática do que com um complexo industrial a serviço dos acionistas.''

Mailson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda (governo José Sarney):
``Financeiramente, a Vale é um mal negócio para o Tesouro. Estrategicamente, o controle do Tesouro é um mal negócio para a Vale. Socialmente, é melhor que os escassos recursos do Estado tenham destinação mais prioritária.''

Delfim Netto, deputado federal (PPB-SP) e ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura:
``A Vale teve papel decisivo no desenvolvimento da economia brasileira e do cerrado, mas este papel foi cumprido. Hoje a empresa é instrumento de intervenção política e nada mais.''

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