São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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Ex-senadores tentam dar a volta por cima

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ex-senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e José Roberto Arruda (PFL-DF), que renunciaram a seus mandatos para não ser cassados, querem voltar pela porta da frente. ACM é candidato ao Senado. Jader e Arruda, à Câmara dos Deputados.
No Pará, Jader perdeu a candidatura ao Senado para sua ex-mulher, Elcione Barbalho, que tinha um índice de rejeição menor.
Arruda queria concorrer ao governo do Distrito Federal, mas a coligação da qual faz parte já tinha Joaquim Roriz (PMDB), o atual governador, como candidato.
Na Bahia, a coligação que apóia ACM faz uma "homenagem" ao candidato e tem, em seu nome, as mesmas iniciais do ex-senador: Ação, Competência e Moralidade.
A novidade é o Super-ACM, desenho animado que faz alusão ao candidato como super-herói, que combate a corrupção.
"Quando saí do Senado, disse que meu juízo era o povo baiano. Estou me submetendo a esse juízo e acho que vou ter êxito", afirmou ACM à Folha.
Jader faz campanha dizendo que está totalmente voltado a assuntos importantes para os eleitores paraenses. Segundo sua assessoria de imprensa, os episódios que envolveram o ex-senador são vistos no Pará como atos de violência contra ele.
Em vez de serem utilizadas por adversários, as imagens do ex-senador algemado são veiculadas no horário político do próprio partido, com a intenção de mostrar Jader como "vítima".
No último dia 18 de setembro, Jader teve a prisão preventiva decretada pela segunda vez, acusado de fraudes na extinta Sudam.
No DF, Arruda se mostra arrependido. Prefere conversar com eleitores nas ruas a participar de comícios. A idéia é mostrar que ele está voltando à vida pública com humildade e "pé no chão".
Segundo a assessoria do candidato, Arruda sabe que errou e aprendeu com os erros. Por isso, o ex-senador estaria recomeçando "um degrau abaixo", concorrendo à Câmara dos Deputados.
A Folha tentou entrar em contato com Jader e Arruda, mas foi informada de que os ex-senadores só falariam por meio de suas assessorias. Os dois evitam contato com a imprensa, pois não concordam com a cobertura jornalística dos escândalos nos quais se envolveram.
(FERNANDA NARDELLI)



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