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REFORMA
Projeto aprovado na Câmara em 2001 exige a apresentação de provas antes do início dos processos
Novo Código de Ética dificulta cassação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara aprovou em 3 de outubro de 2001, depois de nove
anos de tramitação, o Código de
Ética dos deputados.
O ponto mais polêmico era a
publicidade das declarações de
bens e rendimentos dos deputados, incluindo as dívidas, que estava prevista no projeto aprovado
pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Depois de muita discussão, estabeleceu-se que a Mesa da Casa
terá a responsabilidade de mantê-las arquivadas e sob sigilo.
O código estabelece que, em caso de denúncia contra o deputado, o Conselho de Ética poderá requerer os dados para investigação, mantendo o caráter sigiloso,
desde que o pedido seja aprovado
pela maioria do conselho (com 15
integrantes titulares e o mesmo
número de suplentes).
O projeto aprovado estabelece
ainda que as denúncias contra os
deputados terão de passar por
uma triagem da Mesa, que decidirá se abrirá ou não processo.
Ao contrário do que defendiam
partidos de oposição, o Conselho
de Ética só pode ser acionado pela
Mesa. Para acusar o deputado, o
denunciante será obrigado a
apresentar provas.
Esse dispositivo, que dificulta a
abertura de processo de cassação
de mandato por falta de decoro
parlamentar, foi aprovado com
256 votos favoráveis.
No artigo que trata dos atos
atentatórios ao decoro, os deputados substituíram "indícios" por
"provas". O então líder do PT na
Câmara, Walter Pinheiro (BA),
disse que a mudança acabava
com o código.
"Se não conseguimos alcançar o
ideal, conseguimos um instrumento eficiente e adequado para
preservação do decoro e da ética
parlamentar", afirmou o presidente da Câmara, Aécio Neves
(PSDB-MG).
O Código de Ética foi o primeiro
projeto aprovado do pacote ético
lançado por Aécio.
Até agora, apenas um processo
foi encaminhado pela Mesa da
Câmara ao Conselho de Ética: o
que envolve o deputado José
Aleksandro (PSL-AC).
Fim da imunidade
A Câmara e o Senado aprovaram em 2001 a proposta de emenda constitucional que limita a
imunidade parlamentar a opiniões, palavras e votos.
O projeto acaba com a imunidade para os crimes comuns, como
homicídio e corrupção.
A emenda pôs fim à licença da
Câmara e do Senado para que o
STF (Supremo Tribunal Federal)
processe os congressistas e acabou com a proteção a crimes cometidos antes do mandato.
O partido político terá a iniciativa de sustar, com os votos da
maioria da Casa, o andamento do
inquérito se julgar que é caso de
exploração política.
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