São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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SINERGIA

Empresas e entidades devem trocar dados sobre administração

Ação feita com ONGs tem vantagens

Jefferson Bernardes/Folha Imagem
Marcos Segala, ex-aluno do projeto Formare, que agora dá aulas


FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nível de ideologia e técnicas de gestão são as principais diferenças entre empresas e ONGs (organizações não-governamentais) quando ambas se dedicam ao trabalho voluntário.
Segundo estudiosos, empresários e voluntários, as ONGs têm ativistas mais compromissados, e as empresas são mais organizadas administrativamente. Ambas tentam melhorar suas deficiências.
"As ONGs precisam do conhecimento de gestão que as empresas têm e estas, do compromisso social", diz Maria Elena Johannpeter, vice-presidente da ONG Parceiros Voluntários, de Porto Alegre, e uma das vice-presidentes do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntariado. Ela sugere às empresas que busquem parcerias com as ONGs, o que permitiria um aprendizado de mão dupla.
O presidente da Abong (Associação Brasileira de Organizações não-governamentais), Sérgio Haddad, afirma que o voluntário de uma ONG possui uma carga ideológica maior do que o de uma empresa. No entanto, diz que há elementos de gestão empresarial que devem ser incorporados pelas ONGs, numa "junção da administração com o componente político". A Abong possui um programa de desenvolvimento para as associadas onde questões gerenciais são vistas sob a ótica sócio-política das organizações.
Albertina Galvão, da ONG Ação pela Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, também ressalta esse caráter ideológico, enquanto o voluntário de empresas tem uma atividade mais imediata, segundo ela.
Albertina afirma que sua ONG, não só distribui comida, mas estimula uma noção de cidadania com seminários entre outras ONGs e movimentos sociais.
Ruth Golderg, consultora de voluntariado empresarial, diz que a relação entre ONGs e empresas apresenta vantagens para ambas. Para ela, empresas têm conhecimento de gestão para ser transmitido para as ONGs. Estas, contribuem pela proximidade com a realidade do país.
A Associação de Alunos e Ex-Alunos dos MBA da USP, dirigida por Agnes Bucheroni, ministra cursos de gestão para ONGs. O objetivo do curso é ensinar conceitos empresariais para uso entre entidades com atuação social, e é dado voluntariamente.
Élinton Silvério, consultor do Sebrae e diretor do Centro de Voluntariado de Ribeirão Preto, vê a necessidade de um voluntariado bem implantado. Para ONGs e empresas, cronogramas e balanços são tão importantes como o engajamento de seus voluntários.


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