São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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MARATONA DE ESTUDO

No Etapa, estudantes fazem prova quatro vezes por semana

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Praticamente todo dia é dia de prova no colégio Etapa. Quatro vezes por semana os estudantes passam por uma avaliação logo na primeira aula. "Todo mundo diz que a maioria só estuda em véspera de prova, pois aqui tem que estudar todo dia", afirma o diretor Carlos Eduardo Bindi.
Segunda escola mais citada na pesquisa Datafolha, o Etapa exige ainda no mínimo nota cinco em cada uma das provas.
Se não obtém a nota, o aluno passa pela recuperação durante o bimestre. Quem é reprovado no fim do ano não pode continuar no colégio. As informações dos estudantes (notas e faltas, por exemplo) estão tabuladas na internet e podem ser acessadas pelos pais.
Há um dado, porém, que a escola não divulga para os pais nem para os estudantes: a classificação de cada aluno em relação aos demais. Duas vezes por ano, as classes são remanejadas.
Os melhores ficam reunidos numa turma não identificada como tal. "Isso evita a competição dos alunos. Os professores são orientados a não tocar no assunto durante as aulas", explica Bindi.
Apesar do mistério que a direção faz em torno da classificação, os estudantes dizem saber qual é o nível de cada um. E parecem não se incomodar com isso.
Entre os alunos, há um grande número de orientais, muitos moradores da vizinhança da escola, na rua Vergueiro, entre as estações de metrô Ana Rosa e Paraíso.
No mesmo prédio de concreto aparente, construído em 1981 e ampliado com anexos em 89 e 99, funciona também uma das filiais do cursinho Etapa, cuja primeira unidade foi aberta em 1970.
Para um colégio que nasceu de um cursinho, nada mais natural que o vestibular seja preocupação primordial. Os alunos do terceiro ano podem se preparar com o PAV (Programa de Aprofundamento para o Vestibular), que duas vezes por semana oferece reforço. Apenas 37% dos alunos do colégio Etapa que responderam à pesquisa fizeram cursinho.
Além do bom índice de aprovação nos vestibulares, a escola é tradicional freqüentadora das olimpíadas de matemática e física no Brasil e no exterior. No ano passado, na Olimpíada Internacional de Matemática, na Grécia, o Etapa conquistou 18 medalhas.
Quem se destaca nas aulas é convidado a integrar os grupos. É o caso de Antônio Augusto Matsumoto Zambon, 17, que treina para as olimpíadas de física. "Sem dúvida a escola puxa mais em exatas", diz Zambon.
Os "crânios" das exatas, no entanto, não se consideram gênios. "Estudo uma hora por dia, dependendo da matéria. Todo mundo tem dificuldade", diz Felipe Benincasa, 17, outro atleta da física.
Bindi ressalva que, apesar de estimular esses "prodígios", a escola não é direcionada para "os alunos de alta performance".


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