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MARATONA DE ESTUDO
No Etapa, estudantes fazem prova quatro vezes por semana
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Praticamente todo dia é dia de
prova no colégio Etapa. Quatro
vezes por semana os estudantes
passam por uma avaliação logo
na primeira aula. "Todo mundo
diz que a maioria só estuda em
véspera de prova, pois aqui tem
que estudar todo dia", afirma o
diretor Carlos Eduardo Bindi.
Segunda escola mais citada na
pesquisa Datafolha, o Etapa exige
ainda no mínimo nota cinco em
cada uma das provas.
Se não obtém a nota, o aluno
passa pela recuperação durante o
bimestre. Quem é reprovado no
fim do ano não pode continuar no
colégio. As informações dos estudantes (notas e faltas, por exemplo) estão tabuladas na internet e
podem ser acessadas pelos pais.
Há um dado, porém, que a escola não divulga para os pais nem
para os estudantes: a classificação
de cada aluno em relação aos demais. Duas vezes por ano, as classes são remanejadas.
Os melhores ficam reunidos numa turma não identificada como
tal. "Isso evita a competição dos
alunos. Os professores são orientados a não tocar no assunto durante as aulas", explica Bindi.
Apesar do mistério que a direção faz em torno da classificação,
os estudantes dizem saber qual é o
nível de cada um. E parecem não
se incomodar com isso.
Entre os alunos, há um grande
número de orientais, muitos moradores da vizinhança da escola,
na rua Vergueiro, entre as estações de metrô Ana Rosa e Paraíso.
No mesmo prédio de concreto
aparente, construído em 1981 e
ampliado com anexos em 89 e 99,
funciona também uma das filiais
do cursinho Etapa, cuja primeira
unidade foi aberta em 1970.
Para um colégio que nasceu de
um cursinho, nada mais natural
que o vestibular seja preocupação
primordial. Os alunos do terceiro
ano podem se preparar com o
PAV (Programa de Aprofundamento para o Vestibular), que
duas vezes por semana oferece reforço. Apenas 37% dos alunos do
colégio Etapa que responderam à
pesquisa fizeram cursinho.
Além do bom índice de aprovação nos vestibulares, a escola é
tradicional freqüentadora das
olimpíadas de matemática e física
no Brasil e no exterior. No ano
passado, na Olimpíada Internacional de Matemática, na Grécia,
o Etapa conquistou 18 medalhas.
Quem se destaca nas aulas é
convidado a integrar os grupos. É
o caso de Antônio Augusto Matsumoto Zambon, 17, que treina
para as olimpíadas de física. "Sem
dúvida a escola puxa mais em
exatas", diz Zambon.
Os "crânios" das exatas, no entanto, não se consideram gênios.
"Estudo uma hora por dia, dependendo da matéria. Todo mundo
tem dificuldade", diz Felipe Benincasa, 17, outro atleta da física.
Bindi ressalva que, apesar de estimular esses "prodígios", a escola
não é direcionada para "os alunos
de alta performance".
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