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MUDANÇA DE ESTRUTURA
Arquidiocesano se moderniza e supera crise que afeta católicas
DA REPORTAGEM LOCAL
Fundado em 1858, o colégio
marista Arquidiocesano é o mais
antigo a figurar na pesquisa Datafolha. Mas essa não é a única
proeza da escola da Vila Mariana.
O colégio da congregação dos
irmãos maristas conserva elevado
o número de alunos (são 1.054
matriculados só no ensino médio) enquanto outras escolas ligadas a ordens católicas registram
queda na procura por vagas.
Desde 1996, a Anamec (Associação Nacional de Mantenedoras de
Escolas Católicas do Brasil) observa o fechamento de, em média,
três escolas por ano no país.
Como o Arqui consegue subverter essa realidade?
A diretora Isabel Azevedo atribui o sucesso ao "alinhamento
com a vanguarda da educação".
Nos últimos anos, a escola vem
promovendo alterações importantes em sua estrutura, algumas
visando especialmente ao vestibular. A distribuição dos conteúdos do ensino médio foi modificada para que o último semestre
do terceiro seja só para a revisão.
O material didático adotado, somente no último ano do médio, é
fornecido pelo cursinho Anglo.
Mais: a escola iniciou neste ano
a terceira série integral. Além das
aulas regulares pela manhã, os
alunos almoçam e têm preparo
complementar durante a tarde.
"No começo, fiquei bem cansado, mas agora já peguei o jeito",
diz Matias Chiarastelli Salomão,
16, que vai prestar medicina.
Segundo os alunos, a opção é
menos puxada que o cursinho.
No ano passado, entretanto, 80%
dos alunos do Arqui pesquisados
fizeram pré-vestibular.
A escola adotou também o ano
letivo dividido em três trimestres,
que, de acordo com a coordenação, dá ao aluno mais tempo para
passar pela recuperação. Antes
mesmo das provas, na primeira
semana de aula, é feita uma avaliação de sondagem. Quem demonstrar dificuldade já entra para a recuperação preventiva.
Outra mudança foi no sistema
de avaliação -a nota deu lugar ao
conceito.
Religião
Apesar dessas inovações, o colégio mantém um pé na tradição.
Em todas as séries, são dadas aulas de ensino religioso sem o objetivo de catequização.
"É formação humanista, que
passa valores que estão acima de
qualquer religião ou são válidos
para todas", explica a diretora.
A imagem do padre francês
Marcelino Champagnat (1789-1840), que fundou a ordem marista em 1817 e foi canonizado em
1999, é onipresente. O retrato dele
está em todas as salas.
"O aluno não precisa confessar
a fé católica, mas deve respeitar
nossas imagens e rituais", afirma.
A capela se destaca no pátio
central do belo edifício em estilo
clássico, erguido entre as décadas
de 1920 e 1930 (antes a escola ficava na avenida Tiradentes, centro).
A imponente construção ocupa
praticamente todo o quarteirão
em frente à estação de metrô Santa Cruz. Ao prédio original foram
acrescidos anexos, quadras, ginásios, piscina coberta e até uma
academia de ginástica.
Parte do espaço é usado para
oferecer, fora do horário de aula e
com pagamento à parte, atividades abertas a alunos e pais.
Há aulas de línguas (inglês, espanhol, italiano, francês e japonês), modalidades esportivas e
atividades artísticas.
(TN)
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