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FORMAÇÃO CRISTÃ
São Luiz é cauteloso na corrida do vestibular
DA REPORTAGEM LOCAL
O colégio São Luís tem como
pilares de seu projeto pedagógico
o aprendizado acadêmico e a formação cristã.
O primeiro é bem pragmático e
está interessado em preparar o
aluno para os conteúdos exigidos
pelos vestibulares. A segunda, por
sua vez, está interessada não só
em transmitir noções religiosas
como pretende que o aluno desenvolva um olhar crítico sobre o
mundo. Diante da concorrência,
o colégio tem uma atitude de cautela e se esforça para não deixar
que a corrida ao vestibular pareça
mais importante que o interesse
humanista na escola.
"O aluno do São Luís não vê o
vestibular como um fim, mas como parte de um projeto maior, de
vida. Ele reconhece o que quer ser,
qual a sua vocação e para onde
quer ir. E o vestibular se torna
apenas um meio para chegar onde quer", afirma Laércio da Costa
Carrer, coordenador do terceiro
ano do ensino médio. "Se o aluno
fizer a sua parte, passa na prova
tranqüilamente", diz.
Fazer a sua parte, na escola, não
é simples: é preciso manter notas
médias acima de sete, freqüentar
aulas de segunda a sexta -e, no
terceiro ano do ensino médio,
ainda aos sábados-, fazer simulados, treinos e testões e participar
de aulas de aprofundamento de
temas tão variados quanto física
mecânica e Brasil colonial.
Isso sem contar com três meses
de aulas de revisão após o término
do currículo formal, em outubro
do terceiro ano do médio. As aulas de revisão se estendem até o final de dezembro, perto do Natal.
O colégio tenta ir na contramão
de cursinhos e colégios que separam os alunos de acordo com suas
notas -salas com os melhores, e
salas com os mais fracos- e acredita que a heterogeneidade das
classes é a alma do negócio.
Ética e estrutura
Fundado por padres jesuítas em
1867, o colégio São Luís tem, para
cada série, um coordenador pedagógico e um coordenador de formação cristã -que cuida tanto
das aulas de religião para os alunos do ensino fundamental quando dos ensinamentos de humanidades e do desenvolvimento da
percepção coletiva e solidária dos
estudantes mais velhos.
Renata Barreto Pretulan, 18,
aprovada em primeiro lugar no
curso de relações internacionais
da USP, diz que a relação entre os
professores e os alunos é muito
aberta. "Existe margem de escolha para o aluno. Se você tem
compromisso com os estudos, vai
bem, mas também dá pra levar a
escola se não estiver a fim de se
dedicar demais."
De acordo com Renata, a escola
enfatiza, desde cedo, que o vestibular não é um fim. "Eu tive uma
boa formação sem terrorismo
com o vestibular."
No São Luís, os estudantes realizam trabalhos comunitários em
asilos, creches e hospitais, e saem
do ensino médio com horas de
atividades voluntárias já computadas no currículo escolar. Há
também uma aula de ética na grade curricular do ensino médio.
O colégio mantém uma faculdade integrada desde 1948.
(FM)
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