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PRÉ-VESTIBULAR
72% dos calouros "top" fizeram cursinho; Anglo aprova mais
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há como negar, os cursinhos são a porta de entrada para a
USP. De cada 100 alunos aprovados na "elite da universidade", 72
passaram por cursinhos, segundo
pesquisa do Datafolha.
Anglo, Etapa e Objetivo lideram, por ordem, a primeira, a segunda e a terceira colocações no
ranking dos cursinhos que mais
aprovam nas vagas mais disputadas da USP. De cada 100 aprovados neste ano, 63 passaram por
um dos três. Dos alunos consultados pelo Datafolha, 30% fizeram
cursinho no Anglo; 20%, no Etapa
e 13%, no Objetivo.
Outros cursinhos, que ocupam
da quarta à décima colocação no
ranking, participam com menos
de 3% cada um. O levantamento
do Datafolha mostra que 27% dos
alunos não fizeram cursinho.
Material didático atualizado,
oficinas de redação, aulas de reforço para cursos mais concorridos, orientação para estudos em
casa, palestras, professores preparados e simulados freqüentes são,
segundo informam os cursinhos,
as principais armas para colocar
seus alunos nas principais universidades do país, como a USP.
Mas não é só isso. Para ver a sua
participação crescer na lista de
aprovados nas faculdades, os cursinhos admitem que estão sempre
atrás dos melhores alunos.
Por meio de simulados em centenas de colégios de São Paulo,
eles medem o grau de conhecimento dos estudantes. Aos que
têm melhor desempenho nas provas, chegam a oferecer bolsa integral -isto é, curso gratuito.
O Anglo abre concursos para
bolsas em dezembro e em fevereiro e realiza provas em cerca de 150
colégios particulares e públicos
para avaliar os alunos. O Etapa faz
campanha o ano inteiro nos colégios e realiza exames para bolsas
de estudo seis vezes por ano.
O Objetivo faz simulados em
cerca de cem escolas em São Paulo e também abre inscrições pela
internet para participação de estudantes em seus simulados.
A disputa pelos primeiros colocados no vestibular vira, muitas
vezes, guerras publicitárias.
Além de tentar atrair os melhores alunos, muitos cursinhos classificam os estudantes em turmas,
segundo o desempenho. No Anglo, a divisão é feita em três níveis:
A, B e C. "Com turmas homogêneas, os alunos tiram o máximo
proveito de cada disciplina", defende o professor Nicolau Marmo, coordenador-geral do Anglo.
No Etapa, são feitos simulados a
cada 15 dias e os alunos são classificados nas faixas A, B , C+, C-, D e
E. "Para que o vestibulando saiba
o quanto está assimilando nas aulas, fazemos simulados. Se o aluno
quer ser médico, tem de estar nas
faixas A, B e C+", diz Carlos
Eduardo Bindi, diretor do Etapa.
Cada cursinho tenta oferecer,
além do cardápio básico, alguns
diferenciais. O Anglo dá cargas
horárias diferentes por área escolhida -a turma de humanas tem
mais história e geografia; exatas,
matemática e física. O Etapa oferece um guia para orientação do
estudo em casa, além de um plantão virtual. Se o estudante não sabe resolver uma questão, pode recorrer à internet.
O Objetivo oferece 13 tipos de
cursos pré-vestibulares. São versões para quem quer cursar medicina, engenharia ou ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica).
"A recomendação básica é que o
aluno assista às aulas e estude em
casa. Dizemos: "Faça sua tarefa o
ano inteiro e sorria em janeiro'",
afirma o professor Caio Sérgio
Calçada, coordenador da unidade
do Objetivo da Paulista.
No Anglo as apostilas são uma
das "fórmulas mágicas" para o
cursinho conseguir aprovar tanta
gente no vestibular. Divididas em
duas, uma de teoria e outra de
exercícios, as apostilas não apenas
revisam as matérias, mas também
orientam o aluno sobre o melhor
modo de estudar.
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