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Disputa pelos melhores estudantes provoca guerra publicitária de cursinhos
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante Carolina Malhone,
18, passou em seis vestibulares de
medicina neste ano. Optou pelo
curso da USP, no qual conquistou
a sexta colocação. O que poderia
ser a maior alegria de sua vida
transformou-se numa dor-de-cabeça para ela e para a família.
Carolina tem seu nome estampado -como segunda colocada
na Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo)- em panfletos e
cartazes do Objetivo espalhados
pela cidade de São Paulo.
O fato é que a estudante fez cursinho no Etapa, não no Objetivo.
Ela estudou sete anos no colégio
Objetivo, no qual tinha 100% de
bolsa por ser boa aluna. Mas, após
concluir o colégio, em 2003, optou
por fazer cursinho no Etapa, por
ser próximo a sua residência.
"Autorizei o Objetivo a divulgar
o nome de minha filha, sem foto,
desde que destacasse que Carolina foi aluna do colégio Objetivo,
não do cursinho", afirma Amarildo Malhone, pai da estudante.
A propaganda dá a entender
que Carolina fez cursinho no Objetivo. O Etapa não gostou. As colegas do cursinho estranharam. A
estudante encaminhou uma carta
à direção do Etapa -com data do
dia 11 de fevereiro de 2005- para
se desculpar. "Gostaria, por meio
desta carta, de esclarecer que não
freqüentei nenhum curso pré-vestibular além do Etapa." O Objetivo informa que, no ano passado, Carolina participou de aulas
de reforço no cursinho.
Caroline Coronado Cha, que
aparece na publicidade do Objetivo como aluna do cursinho que
entrou em primeiro lugar em medicina na Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), estudou no
Anglo, segundo informa esta escola. Procurada pela Folha, a estudante afirma que fez cursinho
pela manhã no Anglo e aulas especiais no Objetivo à tarde.
O Anglo chegou a estampar um
cartaz em suas unidades para informar aos alunos que a publicidade do Objetivo não era verdadeira. O Objetivo afirma que Caroline fez, sim, cursinho na escola.
O caso de Carolina e de Caroline
ilustra a guerra que enfrentam os
cursinhos pré-vestibulares para
atrair alunos e colocá-los nas faculdades do país. Quanto mais
aprovam, mais ganham posição
no ranking de vagas preenchidas
nas universidades. E essa é a melhor forma de atrair novos alunos.
Depois que acabam os vestibulares, os cursinhos checam nome
por nome dos aprovados. Pelas
contas do Objetivo, seus alunos já
ocuparam cerca de 32% (incluindo a segunda chamada) das quase
10 mil vagas ofertadas pela Fuvest
neste ano. O Anglo calcula participação de 25%, só contabilizando a
lista de primeira chamada. O Etapa prefere não divulgar sua fatia.
Considera que esse dado -cada
cursinho calcula o seu- só interessa à instituição.
(FF)
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