São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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BRINCADEIRA

Consumo mina iniciativa de brincar

Escassez de atividades lúdicas compromete desenvolvimento e preocupa especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O ato de brincar traz vivências, sensações e experiências fundamentais para o desenvolvimento infantil. Por isso é importante que as crianças não percam o sabor de brincar sem ter um brinquedo em mãos.
Ele não substitui a brincadeira, segundo a educadora Adriana Friedmann, 48. "Brincar faz parte da essência do ser humano. É uma de suas linguagens expressivas, possibilidade de desenvolvimento integral, de conexões, de trocas", explica.
Ela ainda faz um alerta: "O século 21 marca uma época em que o excessivo consumo de brinquedos deturpa o brincar. Eles vêm preenchendo vazios emocionais que têm a ver com falta de afeto, atenção, troca com os pais ou com outras crianças", completa.
Já a socióloga Cecília Aflalo, 54, pesquisadora de brinquedos, aponta que a brincadeira não está dissociada do objeto. "Os dois são bens culturais de uma determinada época e de uma sociedade", explica. "O brinquedo proporciona prazer e alegria. Muitos promovem desafio, afeto, possibilidade de estar com outras pessoas."
A preocupação da socióloga é outra com relação à infância: "As crianças brincam cada vez menos, com ou sem o brinquedo, com o corpo ou com os amigos. Talvez porque passem mais tempo com a TV, o computador e o celular, que são objetos do real na vida delas". (GR)


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