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BRINCADEIRA
Consumo mina iniciativa de brincar
Escassez de atividades lúdicas compromete desenvolvimento e preocupa especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ato de brincar traz vivências, sensações e experiências
fundamentais para o desenvolvimento infantil. Por isso é importante que as crianças não
percam o sabor de brincar sem
ter um brinquedo em mãos.
Ele não substitui a brincadeira, segundo a educadora Adriana Friedmann, 48. "Brincar faz
parte da essência do ser humano. É uma de suas linguagens
expressivas, possibilidade de
desenvolvimento integral, de
conexões, de trocas", explica.
Ela ainda faz um alerta: "O
século 21 marca uma época em
que o excessivo consumo de
brinquedos deturpa o brincar.
Eles vêm preenchendo vazios
emocionais que têm a ver com
falta de afeto, atenção, troca
com os pais ou com outras
crianças", completa.
Já a socióloga Cecília Aflalo,
54, pesquisadora de brinquedos, aponta que a brincadeira
não está dissociada do objeto.
"Os dois são bens culturais de
uma determinada época e de
uma sociedade", explica. "O
brinquedo proporciona prazer
e alegria. Muitos promovem
desafio, afeto, possibilidade de
estar com outras pessoas."
A preocupação da socióloga é
outra com relação à infância:
"As crianças brincam cada vez
menos, com ou sem o brinquedo, com o corpo ou com os amigos. Talvez porque passem
mais tempo com a TV, o computador e o celular, que são objetos do real na vida delas".
(GR)
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