|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O TORCEDOR
Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Itália confirma a nova hegemonia
Lá vem bomba
Burro! Burro! Burro! Não há
outra coisa a dizer para o técnico
Ademar Pimenta. Que história é
essa de poupar o nosso maior ídolo numa semifinal contra a Itália
campeã do mundo? Dá para poupar o treinador de críticas depois
de perdermos por 2 a 1 da Squadra Azzurra sem Leônidas, grande artilheiro e craque da Copa?
Vínhamos fazendo uma campanha brilhante, com o nosso centroavante fazendo gol até sem a
chuteira, como aconteceu nos
sensacionais 6 a 5 na Polônia na
estréia, quando o ""Diamante Negro" marcou quatro vezes.
Nas duas duras batalhas contra
a Tchecoslováquia nas quartas-de-final, Leônidas foi o único jogador de linha que esteve em
campo. Lógico que o homem que
consagrou a bicicleta se desgastaria com dois jogos em 48 horas, e a
CBD (sempre os cartolas) foi contratar um massagista argentino
para deixar Leônidas em condições boas. Um argentino (%$#)?
Apesar de tudo, encaramos a
Itália de igual para igual, pois pela
primeira vez contávamos com
uma seleção forte em Copa. Eles
estavam descansados, e nosso time teve que viajar de Toulouse até
Marselha -já tínhamos enfrentado a Polônia em Estrasburgo.
A sensação desde o início era a
de que dariam uma mãozinha para o time do tal Pozzo. A Fifa já tinha impedido Niginho de atuar
porque os italianos pressionaram,
dizendo que ele tinha abandonado a Lazio sem cumprir contrato.
Mas alguns de nossos craques pecaram dentro e fora de campo.
Na viagem de navio até a Europa, o fenomenal Romeu Peliciari engordou 10 kg. E o
mestre Domingos da Guia
perdeu a cabeça e agrediu
Piola na área, gerando o pênalti que nos tirou de vez a
taça. Ao menos ganhamos
o terceiro lugar da Suécia
e fizemos o goleador da
Copa, apesar de Pimenta.
Falta malandragem ao jogador
brasileiro, muito ingênuo, e
inteligência
aos nossos técnicos.
Texto Anterior: 1938 - França Próximo Texto: A história: Itália de Pozzo confirma sua hegemonia na casa vizinha Índice
|