São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O TORCEDOR

Brasil perde sua única Copa em casa no Maracanã lotado e com vantagem do empate

A mãe de todas as zebras

Não dá para acreditar até agora. Bastava um empate contra o Uruguai no Maracanã com 200 mil torcedores brasileiros empurrando. Vencíamos por 1 a 0 até os 21min do segundo tempo e tudo era festa. Aliás, a festa começou na véspera, com jornal apresentando os campeões do mundo e boleiros entrando no "já ganhou". O sonho acabou em só 13 minutos. Bom, já no primeiro tempo Bigode levou um tapa do Obdulio Varela, o xerifão uruguaio, e ficou por isso mesmo. Os uruguaios sabem como poucos nos irritar e, apesar das goleadas que aplicamos na Suécia (7 a 1) e na Espanha (6 a 1) nos primeiros jogos do quadrangular final, entraram em campo sem medo da pressão. Ao contrário, nosso time gelou quando Schiaffino pegou uma bola de primeira e empatou. Houve jogador gelado no campo e torcedores apavorados nas arquibancadas. O pior mesmo foi a vacilada da defesa: Bigode levou bola nas costas, após lançamento de Julio Pérez, Juvenal ficou indeciso na cobertura, e Barbosa viu a bola passar entre ele e a trave esquerda naquele chute maroto de Ghiggia. O que acontecera com aquela equipe que passara bem pela primeira fase, vencendo México e Iugoslávia sem levar um golzinho? Tudo bem que havíamos empatado com a Suíça no único jogo da seleção em São Paulo na Copa, mas no gigante Maracanã, recém-construído, não dava para perder. Com Ademir balançando as redes como nunca e mestre Zizinho comandando a equipe, era barbada. E nosso técnico, Flávio Costa, não era burro: dava nó tático nos adversários com sua "diagonal". Vez ou outra escuto uma história de choro, falam de Maracanazo. Mas isso na verdade não existiu. Seria uma frustração eterna...

Texto Anterior: 1950 - Brasil
Próximo Texto: A história: Na garra, na técnica e no final dos jogos, Uruguai reaparece
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.