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O TORCEDOR
O mundo se apresenta para o Brasil, e o Brasil apresenta Pelé para o mundo
Olha eu aqui
Obrigado Nossa Senhora
Aparecida! Foi jogando de azul, a
cor do seu manto, que o Brasil ganhou, enfim, a Copa do Mundo.
O doutor Paulo Machado de
Carvalho foi genial ao animar nos
vestiários nossos craques, que estavam meio ressabiados por não
poder vestir a "amarelinha" na final contra a Suécia. O "Marechal
da Vitória" sabe tudo de mandinga e superstição, tanto que passou
a Copa inteira com seu terno marrom que havia dado tanta sorte
nos 3 a 0 na Áustria na estréia.
Para ter uma idéia da importância do doutor Paulo, ele insistiu
até o fim para que o novo rei do
futebol, o garoto Pelé, fosse para a
Copa. O menino do Santos estava
contundido e ficou fora dos dois
primeiros jogos, mas, depois, junto com as pernas tortas do Garrincha, deu nó nos adversários e
mostrou a todos o futebol-arte.
Teve meio chapéu e gol contra o
País de Gales, seu primeiro tento
em Copas, chocolate e três gols
em cima da França na semifinal e
golaço com chapéu e chute de primeira na decisão contra a Suécia.
Apenas porque o Pelé não jogou
nós ficamos no 0 a 0 com a Inglaterra na primeira fase, no primeiro empate sem gols das Copas.
Nos 2 a 0 na União Soviética, o
garoto que foi "Gasolina" já estava em campo ao lado do Mané. O
Feola podia até cochilar no banco
de reservas, mas ele não dormiu
no ponto. Ouviu conselhos de
Nilton Santos, a "Enciclopédia", e
mexeu no time canarinho no
meio da competição. Os suecos, vi
na TV bem depois, ficaram de boca aberta na arquibancada.
Engraçado ouvir que
o psicólogo da nossa
delegação disse que
Garrincha tinha QI pequeno. Tão bobinho o
Mané era que fez a
festa com os marcadores e as suecas.
Esperto foi o psicólogo, não é?
Pouco antes da
Copa, fizeram pesquisa com jornalistas, e o Brasil era favorito. Os jornalistas, sim, sabem o
que dizem. Pena que
o Jules Rimet, pai da
Copa, tinha morrido
e não pôde ver o Brasil ser rei do Mundial nem Pelé ser
"Rei" do futebol.
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