São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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O TORCEDOR

O mundo se apresenta para o Brasil, e o Brasil apresenta Pelé para o mundo

Olha eu aqui

Obrigado Nossa Senhora Aparecida! Foi jogando de azul, a cor do seu manto, que o Brasil ganhou, enfim, a Copa do Mundo.
O doutor Paulo Machado de Carvalho foi genial ao animar nos vestiários nossos craques, que estavam meio ressabiados por não poder vestir a "amarelinha" na final contra a Suécia. O "Marechal da Vitória" sabe tudo de mandinga e superstição, tanto que passou a Copa inteira com seu terno marrom que havia dado tanta sorte nos 3 a 0 na Áustria na estréia.
Para ter uma idéia da importância do doutor Paulo, ele insistiu até o fim para que o novo rei do futebol, o garoto Pelé, fosse para a Copa. O menino do Santos estava contundido e ficou fora dos dois primeiros jogos, mas, depois, junto com as pernas tortas do Garrincha, deu nó nos adversários e mostrou a todos o futebol-arte.
Teve meio chapéu e gol contra o País de Gales, seu primeiro tento em Copas, chocolate e três gols em cima da França na semifinal e golaço com chapéu e chute de primeira na decisão contra a Suécia. Apenas porque o Pelé não jogou nós ficamos no 0 a 0 com a Inglaterra na primeira fase, no primeiro empate sem gols das Copas.
Nos 2 a 0 na União Soviética, o garoto que foi "Gasolina" já estava em campo ao lado do Mané. O Feola podia até cochilar no banco de reservas, mas ele não dormiu no ponto. Ouviu conselhos de Nilton Santos, a "Enciclopédia", e mexeu no time canarinho no meio da competição. Os suecos, vi na TV bem depois, ficaram de boca aberta na arquibancada.
Engraçado ouvir que o psicólogo da nossa delegação disse que Garrincha tinha QI pequeno. Tão bobinho o Mané era que fez a festa com os marcadores e as suecas. Esperto foi o psicólogo, não é?
Pouco antes da Copa, fizeram pesquisa com jornalistas, e o Brasil era favorito. Os jornalistas, sim, sabem o que dizem. Pena que o Jules Rimet, pai da Copa, tinha morrido e não pôde ver o Brasil ser rei do Mundial nem Pelé ser "Rei" do futebol.


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