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O TORCEDOR
Na despedida de Pelé das Copas, Brasil encanta com sua arte e ganha posse definitiva da Jules Rimet
Para ficar na história
E teve gente que falou que Ele
estava velho, míope, que era melhor parar... Tiveram que engolir!
Quem viu não esquece. Quem
não viu não cansará de ouvir sobre as vitórias, os gols feitos, os
dribles, os gols que não foram feitos, sobre Pelé. Se alguém tinha alguma dúvida de que Ele foi o
maior de todos os tempos, a Copa
de 70 foi definitiva. Assim como a
Taça Jules Rimet, enfim nas nossas mãos (primeiro, nas do capitão Carlos Alberto, claro) para
sempre (chegaram até a dar um
sumiço no troféu lá na Inglaterra,
mas agora ele será bem cuidado).
Pelé já era "Rei", mas, para mostrar de uma vez por todas que o
Brasil é o país do futebol, esnobamos com Gérson, Tostão, Rivellino, Jairzinho... Tantos craques
que até podíamos descuidar da
defesa, não é mesmo Félix?
Técnico também não era necessário naquele time. O Zagallo pegou a equipe dos sonhos pouco
antes da
Copa,
uma vez que
o João Saldanha havia saído do
comando de forma estranha. Parece que a politicagem tinha exigido Dario no time, o professor curtia comunismo ou algo assim.
Uma ditadura.
No campo, a seleção voou. A
preparação, com praticamente
três meses de trabalho, deixou o
time à altura para enfrentar o fantasma da altitude mexicana (dizem que jogar em lugar muito alto
cansa, que não dá para respirar...).
Logo de cara, uma goleada: 4 a 1
nos fregueses tchecos. Pelé arrisca
do meio-campo e não sei até agora como aquela bola não entrou.
No Brasil x Inglaterra, Banks faz
milagre na cabeça do ""Rei", mas
Tostão enxerga o homem
na área, que serve o
Furacão da Copa, Jairzinho, que anota em todas as partidas. Contra a Romênia, um 3 a 2
mais para cumprir tabela. Vem o
Peru treinado pelo mestre Didi,
mas esse conhece bem a "amarelinha": 4 a 2. Contra o Uruguai, devolvemos a virada de 1950, enfim.
E o goleirão Mazurkiewicz passará o resto da vida procurando Pelé. Tomou um drible de corpo que
depois eu nem fazia questão de a
bola entrar no gol. Na final, encaramos a Itália, outra bicampeã
mundial, aquela que só ganhou
da gente em 1938 porque não escalamos Leônidas. Mas Pelé não
foi poupado nem pipocou. Não
teve catenaccio que segurasse. Foi
4 a 1 e saiu barato. Brasil tricampeão. Pelé tricampeão. Eterno!
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