São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O TORCEDOR

Na despedida de Pelé das Copas, Brasil encanta com sua arte e ganha posse definitiva da Jules Rimet

Para ficar na história

E teve gente que falou que Ele estava velho, míope, que era melhor parar... Tiveram que engolir!
Quem viu não esquece. Quem não viu não cansará de ouvir sobre as vitórias, os gols feitos, os dribles, os gols que não foram feitos, sobre Pelé. Se alguém tinha alguma dúvida de que Ele foi o maior de todos os tempos, a Copa de 70 foi definitiva. Assim como a Taça Jules Rimet, enfim nas nossas mãos (primeiro, nas do capitão Carlos Alberto, claro) para sempre (chegaram até a dar um sumiço no troféu lá na Inglaterra, mas agora ele será bem cuidado).
Pelé já era "Rei", mas, para mostrar de uma vez por todas que o Brasil é o país do futebol, esnobamos com Gérson, Tostão, Rivellino, Jairzinho... Tantos craques que até podíamos descuidar da defesa, não é mesmo Félix?
Técnico também não era necessário naquele time. O Zagallo pegou a equipe dos sonhos pouco antes da Copa, uma vez que o João Saldanha havia saído do comando de forma estranha. Parece que a politicagem tinha exigido Dario no time, o professor curtia comunismo ou algo assim. Uma ditadura.
No campo, a seleção voou. A preparação, com praticamente três meses de trabalho, deixou o time à altura para enfrentar o fantasma da altitude mexicana (dizem que jogar em lugar muito alto cansa, que não dá para respirar...). Logo de cara, uma goleada: 4 a 1 nos fregueses tchecos. Pelé arrisca do meio-campo e não sei até agora como aquela bola não entrou. No Brasil x Inglaterra, Banks faz milagre na cabeça do ""Rei", mas Tostão enxerga o homem na área, que serve o Furacão da Copa, Jairzinho, que anota em todas as partidas. Contra a Romênia, um 3 a 2 mais para cumprir tabela. Vem o Peru treinado pelo mestre Didi, mas esse conhece bem a "amarelinha": 4 a 2. Contra o Uruguai, devolvemos a virada de 1950, enfim. E o goleirão Mazurkiewicz passará o resto da vida procurando Pelé. Tomou um drible de corpo que depois eu nem fazia questão de a bola entrar no gol. Na final, encaramos a Itália, outra bicampeã mundial, aquela que só ganhou da gente em 1938 porque não escalamos Leônidas. Mas Pelé não foi poupado nem pipocou. Não teve catenaccio que segurasse. Foi 4 a 1 e saiu barato. Brasil tricampeão. Pelé tricampeão. Eterno!


Texto Anterior: 1970 - México
Próximo Texto: A história: Brasil de Pelé fecha um ciclo do futebol em grande estilo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.