Eu nunca acreditei muito no esquema com três zagueiros. O Lazaroni, nosso treinador, até foi bem na Copa América, mas insistiu nessa tática mais européia e quebrou a cara (a dele e a nossa).
Tem coisa pior do que sair de uma Copa quando ela começa a pegar fogo logo diante da Argentina? Vencemos, mas não convencemos na primeira fase. Ganhamos todos os jogos por um golzinho de diferença. E marcamos só quatro gols em quatro partidas, um por jogo na média. Se ficamos mais protegidos atrás com três beques, faltou algo lá na frente.
Mas xingar o técnico é fácil. Todo mundo xingou com razão. Os jogadores também têm sua culpa sim. Falaram muito de dinheiro antes da Copa, discussão por causa de patrocinador. Isso que dá ter um monte de "estrangeiro" no time. Era quase tudo jogador da Fiorentina, do Porto, do Bayer Leverkusen, do Benfica, do Napoli. Aliás, Alemão era amigão de Maradona, tão amigo que não fez falta no ídolo dos argentinos, não é?
Careca também era unha e carne com Maradona, mas esse não precisava fazer falta. Tinha que fazer gol, e ele marcou só na estréia contra a Suécia. Depois, apenas Muller fez gols, um na Costa Rica e outro na Escócia. Na Argentina que é bom, nada, e olha que ficou na cara do gol no fim daquele jogo que nos mandou para casa. Foi a era Dunga, volante brucutu, sem a técnica do Falcão. O próximo técnico (esse Lazaroni não deve voltar para o Brasil por um bom tempo) tem que ser muito teimoso para manter o Dunga no time.
O presidente da CBF era genro do João Havelange. O tal Ricardo Teixeira, começando na cartolagem, estreava em Copas. Esse cara me parece mais homem de negócios do que de bola, mas é duro achar dirigente bom. O clima na delegação não era dos melhores.
Pena também que contusões atrapalharam. Bebeto chora muito, mas tem estrela. E esse garoto bom que já foi para o PSV, o tal do Romário, sofreu uma lesão bem feia antes do Mundial. Talvez ele seja mesmo o "cara" e faça os gols que nos tirem dessa "fila" em Copas que já completou duas décadas.


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