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Urbanização vai de 31% em 1940 a 81%
DA SUCURSAL DO RIO
Os brasileiros se mudaram do
campo para a cidade no século
passado ou viram seu município
rural se transformar em um aglomerado urbano. Em 1940, apenas
31,2% da população brasileira
morava no setor urbano. O processo de industrialização e o forte
crescimento econômico impulsionaram a urbanização do país
durante as décadas de 50 a 70.
O país começou a década de 50
com uma taxa de urbanização de
36,2% e, 30 anos depois, chegou a
1980 com 67,6% de sua população
vivendo no setor urbano. O último censo, de 2000, indica que essa proporção já chegou a 81,3%.
"A velocidade dessa migração
foi muito maior do que a capacidade de gerar empregos. É por isso que há tantos empregos precários nas cidades", afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.
Apesar dos problemas causados
pela urbanização acelerada, ela
aconteceu no mesmo período em
que surgiram melhorias em alguns padrões de consumo e de
habitação. A partir de 1960, o instituto passou a pesquisar as condições de vida nos domicílios, e
não mais nas cidades. Em vez de
apresentar a porcentagem de municípios com iluminação pública,
o IBGE passou a dar mais importância à proporção de domicílios
com luz elétrica.
A abrangência da rede geral de
abastecimento de água passou de
21% dos domicílios em 1960 para
77,8% em 2000. O mesmo, no entanto, não aconteceu quando se
analisa a cobertura da rede geral
de esgoto. O país tinha em 1960
13,9% dos seus domicílios atendidos pela rede geral de esgoto.
Apesar do crescimento, no final
do século as residências atendidas
por essa rede ainda são minoria:
47,2% do total em 2000. Mesmo
quando se analisa apenas a área
urbana, o IBGE mostra que uma
parcela significativa dos domicílios (44%) não tem acesso aos serviços da rede geral de esgoto.
Os hábitos de consumo mudaram na mesma velocidade do
processo de urbanização. Em
1960, por exemplo, em 61,3% dos
lares brasileiros o fogão ainda era
à lenha. Em 1980, a lenha ainda
era o combustível usado em
30,1% dos domicílios. No meio
urbano, no entanto, essa porcentagem era de apenas 11,4%, contra
76,7% na área rural.
O automóvel, que em 1970 estava presente em apenas 9% dos lares, continua sendo um bem de
consumo restrito a uma minoria
(33% em 2000). O mesmo não se
pode dizer da televisão, que passou de 24,1% para 87,2% no período, e da geladeira, de 26,1% para 83,4%. O IBGE teve que se
adaptar aos novos hábitos. No
Censo de 2000, por exemplo, o
instituto pesquisou pela primeira
vez a existência de computadores
nos domicílios. Eles foram encontrados em 10,6% dos lares.
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