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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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Urbanização vai de 31% em 1940 a 81%

DA SUCURSAL DO RIO

Os brasileiros se mudaram do campo para a cidade no século passado ou viram seu município rural se transformar em um aglomerado urbano. Em 1940, apenas 31,2% da população brasileira morava no setor urbano. O processo de industrialização e o forte crescimento econômico impulsionaram a urbanização do país durante as décadas de 50 a 70.
O país começou a década de 50 com uma taxa de urbanização de 36,2% e, 30 anos depois, chegou a 1980 com 67,6% de sua população vivendo no setor urbano. O último censo, de 2000, indica que essa proporção já chegou a 81,3%.
"A velocidade dessa migração foi muito maior do que a capacidade de gerar empregos. É por isso que há tantos empregos precários nas cidades", afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.
Apesar dos problemas causados pela urbanização acelerada, ela aconteceu no mesmo período em que surgiram melhorias em alguns padrões de consumo e de habitação. A partir de 1960, o instituto passou a pesquisar as condições de vida nos domicílios, e não mais nas cidades. Em vez de apresentar a porcentagem de municípios com iluminação pública, o IBGE passou a dar mais importância à proporção de domicílios com luz elétrica.
A abrangência da rede geral de abastecimento de água passou de 21% dos domicílios em 1960 para 77,8% em 2000. O mesmo, no entanto, não aconteceu quando se analisa a cobertura da rede geral de esgoto. O país tinha em 1960 13,9% dos seus domicílios atendidos pela rede geral de esgoto. Apesar do crescimento, no final do século as residências atendidas por essa rede ainda são minoria: 47,2% do total em 2000. Mesmo quando se analisa apenas a área urbana, o IBGE mostra que uma parcela significativa dos domicílios (44%) não tem acesso aos serviços da rede geral de esgoto.
Os hábitos de consumo mudaram na mesma velocidade do processo de urbanização. Em 1960, por exemplo, em 61,3% dos lares brasileiros o fogão ainda era à lenha. Em 1980, a lenha ainda era o combustível usado em 30,1% dos domicílios. No meio urbano, no entanto, essa porcentagem era de apenas 11,4%, contra 76,7% na área rural.
O automóvel, que em 1970 estava presente em apenas 9% dos lares, continua sendo um bem de consumo restrito a uma minoria (33% em 2000). O mesmo não se pode dizer da televisão, que passou de 24,1% para 87,2% no período, e da geladeira, de 26,1% para 83,4%. O IBGE teve que se adaptar aos novos hábitos. No Censo de 2000, por exemplo, o instituto pesquisou pela primeira vez a existência de computadores nos domicílios. Eles foram encontrados em 10,6% dos lares.


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