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ATUALIDADES
Fim do Império Britânico ameaça a Monarquia
CINILIA GISONDI OMAKI
MARIA ODETTE BRANCATELLI
especial para a Folha
A devolução de Hong Kong
à China em julho deste ano
representa a perda da "última jóia" da Coroa britânica,
que deteve o maior Império.
A partir do século 11, a Inglaterra iniciou seu expansionismo, conquistando a Irlanda, Escócia e País de Gales. Na
modernidade, corsários garantiam recursos para o domínio dos mares e de territórios coloniais.
Mas foi no século 19 que a
Grã-Bretanha, potência industrial, montou um Império
invejado pelos concorrentes,
por acordos econômicos,
guerras, tratados desiguais e
até do ópio -que permitiu o
controle de Hong Kong.
O Império Britânico "reinou nos sete mares, dominou
politicamente um quarto da
superfície da Terra e uma
parte ainda maior, economicamente". Depois da Primeira Guerra, ampliou-se com
regiões do antigo Império
Otomano e sufocou as tentativas de libertação.
Após a Segunda Guerra,
com o fim da hegemonia européia, houve a descolonização afro-asiática.
Em 47, a Grã-Bretanha perdeu a primeira grande jóia: a
Índia. Gandhi foi um dos líderes desse movimento de libertação, caracterizado pela
não-violência, desobediência
civil e não-colaboração com
o colonizador.
Hoje, o outrora poderoso
Império Britânico está reduzido a poucas áreas, como Gibraltar, reivindicada pela Espanha, e ilhas Falklands ou
Malvinas, pela Argentina.
Os conflitos na Irlanda do
Norte, a proposta de reabertura do Parlamento escocês e
a criação da Assembléia do
País de Gales sinalizam a decadência do "Império interior". Diante da queda de
prestígio, muitos questionam
até a sobrevivência da tradicional monarquia britânica.
Maria Odette Simão Brancatelli e Cinilia T. Gisondi Omaki são professoras de
história do Colégio Bandeirantes.
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