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Inclusão ainda não atinge mulheres negras
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando se fala de raça, diferenças são acirradas. "Mulheres negras são as últimas na escala social", diz a coordenadora-executiva da área de políticas públicas do
Geledés (ONG voltada às mulheres negras), Eliana Custódio.
O percentual de analfabetos revela a diferença: cerca de 17% dos
negros e pardos não lêem nem escrevem, contra 7,5% dos brancos.
"A escola é o primeiro espaço de
socialização e também de exclusão", diz a diretora do Instituto
Kuanza (ONG para negras), Cidinha de Souza. Ela diz que a capacitação de docentes de escolas públicas reduzirá o problema. "O
papel das ONGs é produzir modelos e transmiti-los ao governo."
Para a oficial do programa do
Unifem (Fundo das Nações Unidas para as Mulheres) Florence
Raes, segmentar as metas do milênio por gênero e raça maximizaria resultados. "A exclusão do sistema de educação terá efeitos na
renda pessoal e familiar", diz.
O diretor-presidente da Fersol
(fabricante de defensivos agrícolas), Michael Haradom, diz que a
política de diversidade tirou a
companhia da falência. Desde
2002, a empresa investe na contratação de mulheres e negros.
Em 2003 apareceram os primeiros resultados. O faturamento foi
de R$ 180 milhões, contra uma expectativa inicial de R$ 100 milhões. Hoje as mulheres representam 62% de um total de 350 colaboradores. Há seis anos, não passavam de 2%. Os negros são 38%.
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