São Paulo, domingo, 31 de maio de 1998

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1930 - URUGUAI
Dono da casa faz a festa


A seleção uruguaia bicampeã olímpica de 1924 e 1928 entra para a história do futebol como a primeira a conquistar a Copa


Apesar de todas as mordomias oferecidas pelos organizadores do primeiro Mundial de Futebol, apenas quatro países da Europa aceitaram encarar os 40 dias de viagem (de navio) para ir ao Uruguai, jogar e voltar.
França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia acabaram dando a condição intercontinental que o evento precisava. Entre eles, apenas a Iugoslávia veio com um time forte, que acabaria eliminando o Brasil.
As outras seleções européias escalaram equipes fracas, que provocaram suspeitas: não seriam apenas times daqueles países, sem a representatividade de verdadeiras seleções? A dúvida permanece até hoje.
O torneio refletiu a longa distância que o futebol da época mantinha de uma estrutura profissional. Os jogos não começavam no horário e os gramados foram invadidos várias vezes. Os jogadores, ainda sem números nas camisas, deixavam o campo por alguns minutos para descansar, sem que o árbitro tomasse conhecimento.
Como dono da festa, o Uruguai precisava manter uma postura digna. Jogou sério e levou o título com quatro vitórias seguidas. Contra a Iugoslávia, que tinha demonstrado alguma força ao bater Bolívia e Brasil, a "Celeste Olímpica" fez uma exibição de gala, com seis gols. O jogo acabou aos 42 minutos do segundo tempo, porque o público entrou no gramado para festejar a goleada sobre os europeus.
A decisão foi uma repetição da final olímpica de 1928, entre uruguaios e argentinos. Depois de perder o primeiro tempo por 2 a 1, o Uruguai foi empurrado para a virada pelos 90 mil torcedores que superlotavam as arquibancadas do recém-construído Estádio Centenário, em Montevidéu.
O Mundial teve 70 gols marcados em 18 partidas (3,9 gols/jogo). A média de público atingiu 24.239 pessoas por jogo.



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