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Especialistas indicam os pontos frágeis
da Reportagem Local
Provocar a discussão em torno
da qualidade dos cursos e a melhora na qualificação dos docentes são
os principais efeitos positivos do
exame. Mas ele não está isento de
deficiências. Conheça as sugestões
e as críticas de professores de cursos apresentados neste caderno.
ENGENHARIA CIVIL - O enfoque
na punição é criticado por Luciano
Vicente de Medeiros, vice-reitor
acadêmico da Universidade Castelo Branco, no Rio, e membro da comissão de engenharia civil do provão. "É difícil implantar um padrão para todos. As realidades do
interior e das capitais são diferentes. Nas capitais, há uma grande
oferta de quadros qualificados, o
que não ocorre no interior."
ENGENHARIA ELÉTRICA - A falta
de comprometimento dos estudantes impede que ele seja um retrato fiel da qualidade do curso. "O
boicote tem diminuído, mas, se
um curso tem uma incidência
muito grande de zeros, não dá para
saber se é resultado de boicote ou
se esse foi o desempenho real dos
alunos", diz Germano Lambert
Torres, da comissão de engenharia
elétrica e professor da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (MG).
ENGENHARIA QUÍMICA - A falta
de comprometimento dos alunos
também é encarada como um problema na área. "Conforme o comprometimento crescer, e isso vem
sendo constatado, o provão tende
a se tornar um melhor instrumento de avaliação", diz Maria Isabel
Pais, da comissão de engenharia
química e professora da PUC-Rio.
MATEMÁTICA - Para que seja um
mecanismo de avaliação eficiente,
o provão deve ter um perfil dinâmico. "Isso é importante para que
o processo de avaliação não fique
viciado pelo surgimento de "cursos
preparatórios" estereotipados", diz
Geraldo Severo de Sousa Ávila,
membro da comissão de matemática e professor da Universidade
Federal de Goiás.
MEDICINA VETERINÁRIA - No
curto prazo e isoladamente, o provão é inadequado para avaliar o
ensino superior. "Ele tem de ser
aplicado em um contexto amplo,
como parte de um sistema nacional de avaliação", diz João Carlos
Pereira da Silva, membro da comissão de medicina veterinária e
pró-reitor de Ensino da Universidade Federal de Viçosa (MG).
ODONTOLOGIA - A atribuição
de uma parcela maior de responsabilidade ao aluno que faz o provão
é defendida por Antonio Cesar
Perri de Carvalho, professor-titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araçatuba.
"Acho que deveria ser retomada a
discussão que propunha o registro
do conceito do aluno no provão
em seu histórico escolar."
(MAv)
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