São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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Especialistas indicam os pontos frágeis

da Reportagem Local

Provocar a discussão em torno da qualidade dos cursos e a melhora na qualificação dos docentes são os principais efeitos positivos do exame. Mas ele não está isento de deficiências. Conheça as sugestões e as críticas de professores de cursos apresentados neste caderno.

ENGENHARIA CIVIL - O enfoque na punição é criticado por Luciano Vicente de Medeiros, vice-reitor acadêmico da Universidade Castelo Branco, no Rio, e membro da comissão de engenharia civil do provão. "É difícil implantar um padrão para todos. As realidades do interior e das capitais são diferentes. Nas capitais, há uma grande oferta de quadros qualificados, o que não ocorre no interior."

ENGENHARIA ELÉTRICA - A falta de comprometimento dos estudantes impede que ele seja um retrato fiel da qualidade do curso. "O boicote tem diminuído, mas, se um curso tem uma incidência muito grande de zeros, não dá para saber se é resultado de boicote ou se esse foi o desempenho real dos alunos", diz Germano Lambert Torres, da comissão de engenharia elétrica e professor da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (MG).

ENGENHARIA QUÍMICA - A falta de comprometimento dos alunos também é encarada como um problema na área. "Conforme o comprometimento crescer, e isso vem sendo constatado, o provão tende a se tornar um melhor instrumento de avaliação", diz Maria Isabel Pais, da comissão de engenharia química e professora da PUC-Rio.

MATEMÁTICA - Para que seja um mecanismo de avaliação eficiente, o provão deve ter um perfil dinâmico. "Isso é importante para que o processo de avaliação não fique viciado pelo surgimento de "cursos preparatórios" estereotipados", diz Geraldo Severo de Sousa Ávila, membro da comissão de matemática e professor da Universidade Federal de Goiás.

MEDICINA VETERINÁRIA - No curto prazo e isoladamente, o provão é inadequado para avaliar o ensino superior. "Ele tem de ser aplicado em um contexto amplo, como parte de um sistema nacional de avaliação", diz João Carlos Pereira da Silva, membro da comissão de medicina veterinária e pró-reitor de Ensino da Universidade Federal de Viçosa (MG).

ODONTOLOGIA - A atribuição de uma parcela maior de responsabilidade ao aluno que faz o provão é defendida por Antonio Cesar Perri de Carvalho, professor-titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araçatuba. "Acho que deveria ser retomada a discussão que propunha o registro do conceito do aluno no provão em seu histórico escolar." (MAv)




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