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Lúcio Ribeiro

O Barça é real

Manchester na Inglaterra, Real em Madri; mas "faltava" um show no domingo da Globo

Decifrando o Barcelona. Os catalães que me desculpem o trocadilho do título acima, mas agora sim sentimos o choque de realidade. O Barcelona há tempos é um time bastante admirado, o Messi é gênio, coisa e tal. Mas agora teve o "confronto direto": eles pegaram um time brasileiro pela frente.

E o mais "importante" de tudo. Não mais em canal pago, em dia de semana à tarde. Uma piada recorrente entre meus amigos futeboleiros é que, se não passou na Globo, não existiu. Barcelona e Santos passou na Globo. E num domingo. Agora valeu (e olha que a Globo já tinha passado a final da Champions League na Inglaterra).

Domingo, o Barcelona não pegava apenas um time brasileiro. A equipe de Messi jogou contra o melhor time brasileiro. O time que tem Neymar e Ganso, as maiores esperanças de renovação do nosso futebol. O time comandado pelo treinador que em cinco anos ganhou quatro Brasileiros. O time campeão da Libertadores, o torneio em que a simples participação parece valer mais que a conquista de títulos do Nacional, da Copa do Brasil e da Sul-Americana em si.

Foi então que "descobrimos" que o Barcelona é um time de futebol de salão com 11 jogadores. Que joga contra times de futebol de campo que, perto dele, parecem ter quatro. Tem goleiro-linha, tem lateral-direito na ponta esquerda, Messi de centroavante. Que equipe é essa que não escala os melhores jogadores de cada posição, só porque no time ninguém tem posição? O Barça escala os seus melhores 10 jogadores. Ponto.

Aí começa o jogo, saída do Barcelona, um minuto e dez segundos até o primeiro santista tocar na bola. Seria assim o jogo todo. Numa certa altura, goleada desenhada e o baile seguindo, os comentaristas da Globo disseram que a "solução" era apertar na saída de bola, como querendo dizer que "atrás eles entregam". Como se o Muricy tivesse escutado, o Santos voltou assim no segundo tempo, já que não restava coisa melhor para fazer. E nesse "aperto", tomaram um bobinho em umas três ocasiões, da zaga "futebol de salão" do Barcelona, como é o resto do time. Não deu.

Fosse fácil, os outros já teria conseguido, certo? E os "outros", para o Barcelona, são o Manchester United de Alex Fergunson na Inglaterra, na final da Champions, o Real Madrid de José Mourinho no Santiago Bernabeu, sábado retrasado.

Mas, como se sabe, para vencer o Barça, nem precisa muito. Basta ser um Getafe, 12º colocado no Espanholão, que venceu o Barcelona de Messi não tem um mês. Ou seja, o negócio é decifrar o Getafe, mas esse (ainda) não passa na Globo.

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