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Após tragédia, brasileiro diz que fica

EGITO
Vítima da confusão, atacante aponta salário como motivo para permanecer no país

LUIZ COSENZO
DE SÃO PAULO

Duas semanas após a tragédia no estádio de Port Said, no Egito, que resultou na morte de 74 pessoas, o atacante brasileiro Fábio Júnior, do Al Ahly, disse que vai continuar no futebol egípcio por questões financeiras.

Ele, que já vestiu as camisas de Flamengo, Vasco e Campinense, viu a tragédia de perto. Foi o autor do gol do time do Cairo na derrota para o Al Masry por 3 a 1, pelo Campeonato Egípcio.

Depois da partida, torcedores do Al Masry invadiram o gramado e atiraram pedras e garrafas contra a torcida rival e contra o brasileiro e seus companheiros de equipe.

"Vou continuar aqui. Tenho mais dois anos de contrato e vou cumprir. É importante para o meu futuro e o da minha família. Tenho uma família humilde", disse.

Fábio Júnior, que chegou a cogitar sair do país depois da tragédia, destacou que os dirigentes do clube pagam em dia os salários dos jogadores.

"Pretendo continuar aqui porque não atrasa salário, e a condição financeira, o salário é muito melhor. Quando saí de casa, falei para o meu pai que demoraria para voltar, porque meu objetivo era dar uma condição melhor para a minha família."

O atacante brasileiro contou que os jogadores do seu time ganharam folga após a tragédia e devem retornar aos treinos nesta semana.

"O treinador [Manuel José] está voltando de Portugal, e devemos reiniciar os treinos até sexta-feira [amanhã]. Como tenho tendência para engordar, continuei treinando neste período no ginásio do clube. Agora vamos esperar para ver quando o campeonato vai recomeçar."

Fábio Júnior disse que não esqueceu as cenas dos incidentes em Port Said.

"A confusão começou logo no nosso aquecimento, quando os torcedores do Al Masry soltaram rojões para o nosso lado. Eles também invadiram o gramado quando empataram a partida. Depois, invadiram novamente, e foi aquela confusão. Fiquei com muito medo", contou o jogador.

Ele também afirmou que, com tanta gente no gramado, foi muito difícil fazer o caminho de volta até o vestiário.

"Fiquei tranquilo somente quando entrei no vestiário. Mas a todo momento chegava torcedor sangrando", relembra o brasileiro.

"Vou demorar para esquecer aquelas cenas, aquelas imagens. Foi um milagre a gente ter saído vivo."

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