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Assim tá bom

Marin tem apoio quase unânime dos clubes, mas 7 dos 20 que disputam a Série A querem a criação de uma liga independente

MARCEL RIZZO
MARTÍN FERNANDEZ
NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

O novo presidente da CBF, José Maria Marin, 79, tem o apoio quase total dos principais clubes brasileiros.

Mas os 20 times que vão disputar a Série A em 2012 ainda se dividem quando o assunto é a criação de uma liga independente -hoje, os campeonatos nacionais são organizados pela CBF.

A Folha ouviu ontem presidentes (ou seus auxiliares mais próximos) de todos os 20 clubes da primeira divisão.

Caso seja convocada uma eleição para a presidência da CBF, como querem algumas federações estaduais, esses clubes teriam direito a voto -além das 27 federações.

Marin, ex-vice da região Sudeste, assumiu nesta semana a presidência da confederação e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa-14, após a renúncia de Ricardo Teixeira, 64. Seu mandato vai até 2015.

Ex-governador de São Paulo e ex-presidente da federação paulista, Marin enfrenta resistência entre alguns presidentes de federação -sobretudo pelo fato de ser mais um paulista em posto de comando do futebol brasileiro.

São do Estado o presidente do STJD, Rubens Approbato Machado, o chefe da comissão de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, e o diretor de seleções, Andres Sanchez.

Os clubes não veem problema na concentração de poder nas mãos de gente de São Paulo. "É uma questão de coincidência e competência", disse Nestor Lodetti, presidente do Figueirense.

O único clube que não quer Marin é o Bahia. "Um mandato-tampão de três anos é muito longo", declarou o

presidente Marcelo Guimarães Filho. "Uma eleição é o mais prudente, inclusive o Marin poderia vencer."

Marin telefonou ontem para alguns cartolas de clubes. Afirmou a eles que não haverá mudanças drásticas na condução da CBF, assim como havia dito a presidentes de federação e funcionários da própria confederação.

"Disse a ele hoje que tem uma oportunidade histórica nas mãos, de mudar o futebol brasileiro", afirmou Alexandre Kalil, do Atlético-MG.

Sete dos 20 clubes ouvidos pela Folha se mostraram abertamente favoráveis à criação de uma liga: Grêmio, Figueirense, Bahia, Portuguesa, Santos, Atlético-MG e Atlético-GO. "Os clubes precisam de uma liga, que possa cuidar do calendário", disse Paulo Odone, do Grêmio.

No ano passado, a entidade que reunia os principais clubes do país -o Clube dos 13- foi implodida após um movimento organizado por Ricardo Teixeira e liderado por Andres Sanchez, à época no Corinthians, hoje diretor de seleções da CBF.

Com a dissolução da entidade, acabou a negociação coletiva dos contratos de televisão. Cada clube tratou individualmente. "O Clube dos 13 não precisava ter sido desfeito, mas houve pressão da Globo", disse Manuel da Lupa, da Portuguesa.

Os clubes do Rio e de São Paulo, com exceção do Santos, são os mais reticentes sobre a criação de uma liga.

Colaborou ITALO NOGUEIRA, do Rio

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