Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Los gringos - Juan Pablo Varsky

Meus três desejos

Desfrutamos de uma geração extraordinária de atletas em esportes individuais e coletivos

Tenho 41 anos. Não vi Jesse Owens humilhando Hitler na Olimpíada de Berlim, em 1936. Tampouco vi o Real Madrid de Di Stéfano ou o Santos de Pelé. Cheguei tarde para desfrutar do Brasil da Copa de 1970 ou da Holanda da Copa de 1974. De Muhammad Ali, só assisti ao vivo ao triunfo diante de Leon Spinks em 1978, e à piedade que Larry Holmes exibiu em sua luta contra ele em 1980. A era Fangio veio muito cedo para mim. Quando o nadador Mark Spitz conquistou sete ouros em Munique, eu era muito pequeno.

Ainda assim, me sinto privilegiado. Salvo essas exceções, pude acompanhar todos os grandes do esporte no momento em que realizavam suas façanhas. Graças à minha data de nascimento, não dependo do Google ou do YouTube para recordar tamanha grandeza. A garotada a quem contamos essas coisas recorrem a esses sites para confirmar se dizemos a verdade. Hoje, é tudo muito mais fácil graças à revolução das comunicações. O satélite, os canais de esportes na TV a cabo e esse complemento indispensável chamado internet nos trazem todas as façanhas, presentes e passadas.

Desfrutamos de uma geração extraordinária nos esportes individuais e coletivos. Estão construindo suas lendas e jogando por um lugar na história. Cada final de semana oferece jogadas, partidas e torneios que merecem lugar nos livros, como o golaço de Messi no Barcelona x Sevilla e o título de Federer em Indian Wells.

Hoje temos Messi, Federer, Nadal, Djokovic, Neymar, Cristiano Ronaldo, Phelps, Tiger Woods. Antes tivemos Maradona, Ayrton Senna, Jordan, Bird, Magic Johnson, Guga Kuerten, McEnroe, Sampras, Agassi, Lendl, Tyson, Carl Lewis, Romário, Ronaldo, Nicklaus. Ainda antes, o Brasil de Telê Santana, Vilas, Borg, Connors, Nadia Comaneci, Oscar Schmidt. As pessoas de mais de 35 anos puderam ver esses gigantes em seu melhor momento.

Imagino que cada um de vocês tenha sua própria lista. Compará-las é divertido, mas também devemos agradecer por tamanha grandeza desportiva. Sinto-me privilegiado e me atrevo a expressar três desejos para os próximos anos: que Federer conquiste o ouro olímpico, que Nalbandian e Del Potro conquistem juntos uma Copa Davis e, perdoem-me os leitores brasileiros, que Messi levante a Copa do Mundo como capitão da seleção argentina. Com alguma sorte, poderei ver tudo isso antes de celebrar meu 45º aniversário, em 27 de outubro de 2015.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.