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FÁBIO SEIXAS fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

O anteparo (ou A dura vida dos órfãos)

DOZE PILOTOS. Fiz as contas aqui. Brasileiros.

Chegaram à F-1 com algo em comum. Uma espécie de desconto, uma pressão a menos, um espírito café com leite.

Um anteparo, enfim.

De nome Rubens Gonçalves Barrichello.

Tinham suas mil preocupações, mas essas, não.

Sabiam que não seriam pressionados, criticados. Que não se tornariam alvo de piadas, musiquinhas de escárnio, personagens de programas humorísticos. Até porque, afinal, não carregavam toda a expectativa de um país -e o ufanismo de uma emissora.

Quem levava o tal fardo, com todas as suas implicações, era o tal Barrichello.

Na semana do GP Brasil, não seriam questionados, a cada entrevista, sobre o fim do longo jejum em Interlagos. Não seriam levados a dialogar com um papagaio-fantoche nem para brincar de kart na lama.

Não, não ouviriam as arquibancadas do autódromo, num vibrante uníssono, gritarem seus nomes.

Quem viveria esses poucos prós e muitos contras seria o pobre Barrichello.

Diniz, Rosset, Tarso, Burti, Bernoldi, Zonta, Pizzonia, Da Matta, Nelsinho, Di Grassi, Massa e Bruno sempre foram coadjuvantes.

Tocavam atrás do "frontman", apareciam de vez em quando e, nessas ocasiões, simpáticos. O que viesse para eles era lucro.

Para Barrichello, o que não viesse era prejuízo.

Mas o veterano, o anteparo, o depositário das esperanças, o alvo de pressões saiu de cena. E os que restaram, os dois últimos da lista, viraram seus herdeiros.

Como vai ser agora?

A resposta já veio em Melbourne. O ferrarista, pressionado, encontrou o novato, alvo de expectativas desmedidas. Ambos querendo mostrar serviço. Bateram, num acidente de dinâmica infantil. Tiveram de abandonar a prova.

Não, não vai ser nada fácil a vida dos órfãos.

F-1

EM BAIXA

No Twitter, a Ferrari resolveu usar de ironia para se defender das críticas e dos boatos sobre mudanças na sua estrutura. "Neste ano, podemos bater um recorde: número de nomes de pilotos, managers e engenheiros associados à escuderia". Irônico mesmo vai ser quando as mudanças começarem. Ou vocês acham que Montezemolo está radiante de felicidade?

F-1

EM ALTA

Mercedes e Williams não colheram em Melbourne os resultados que imaginavam, mas viajaram para a Malásia falando grosso, cheias de esperanças. A primeira com mais base técnica do que a segunda, a grande surpresa do GP australiano -nas mãos de Maldonado, claro. Mas, entre elas e o duo McLaren-Red Bull, há a Renault, que pode aprontar no final de semana.

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