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José Roberto Torero

Mano a Mano

A seleção ainda não tem cara. A saída para Mano é usar a tática que o consagrou no Corinthians

Por estes dias peguei o mesmo avião que Mano Menezes. Curiosamente, ninguém o incomodou. Isso é bom e mau. Bom porque mostra certo respeito quanto à privacidade. Mau porque mostra que seu trabalho não está empolgando, pois ninguém lhe pediu autógrafos.

Confesso que não gostei de estar no mesmo avião que ele. Não sou um antimano. Acho que tem um ótimo currículo e pode acertar na seleção, desde que forme um grupo e opte por uma tática clara. Não gostei de estar no mesmo avião que ele porque, caso caíssemos, todo o espaço jornalístico-necrológico seria para o técnico da seleção. A única graça de morrer está em ter um bom obituário.

De qualquer forma, não poderia perder a chance de dar um pitaco. Então fiquei atrás dele e falei para a aeromoça: "Boneca, sabe o que me levaria às nuvens?".

Antes que ela respondesse, emendei: "Uma seleção com: Júlio César; Daniel Alves, Dedé, Thiago Silva e Marcelo; Hernanes, Arouca e Ganso; Lucas, Luis Fabiano e Neymar".

A aeromoça e Mano olharam para mim. O olhar dela dizia: "Foi a pior cantada que já ouvi". Já o dele, mais enigmático, poderia significar qualquer coisa entre "Vou copiar esta ideia" e "Não se meta, paspalho".

A graça desta escalação é que utilizaria a mesma tática que consagrou Mano no Corinthians, com dois volantes eficientes mas com bom toque de bola (lembram de Elias e Cristian?), um articulador (Ganso em vez de Douglas) e dois atacantes pelos lados (Lucas e Neymar no lugar de Dentinho e Jorge Henrique).

Outra vantagem é que a mesma formação serviria para a seleção olímpica, que ficaria assim: Renan Ribeiro; Danilo, Dedé, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Hernanes e Ganso; Lucas, Leandro Damião e Neymar. Não sei se Mano gostou da sugestão. Mas a aeromoça achou tão ruim que até derramou guaraná no meu colo.

CENTENÁRIO

Estreou ontem o filme "Santos, 100 Anos de Futebol Arte". Posso estar sendo parcial, mas acho que é o melhor dos filmes sobre um time de futebol feito até aqui. Tem edição ágil, boa trilha sonora, boas entrevistas (tirando a minha) e memoráveis cenas de arquivo. Senti falta de Coutinho (que mais uma vez não quis participar) e do historiador Odir Cunha, que escreveu vários livros sobre o Santos, mas, como fez críticas ao presidente Luis Alvaro, ficou de fora do documentário. Um filme que os santistas e os amantes do futebol não podem perder e que ficará somente esta semana em cartaz.

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