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Massacre

Santos devolve pancadas que levou em La Paz com goleada humilhante para cima do Bolívar

Yasuyoshi Chiba/France Presse
Ganso, com Neymar e Arouca, vibra na Vila
Ganso, com Neymar e Arouca, vibra na Vila

ADRIANO WILKSON
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Santos 8
Elano, aos 5min, Neymar, aos 21min e aos 36min, Ganso, aos 27min, e Alan Kardec, aos 29min do 1º tempo; Elano, aos 5min, Ganso, aos 7min, e Borges, aos 15min do 2° tempo

Bolívar 0

Na súmula do árbitro uruguaio Martín Vázquez, consta que o jogo Santos x Bolívar durou 90 minutos. A verdade é que a partida acabou logo depois do trilar de seu apito.

Foi quando um chute despretensioso de Elano enganou o triste goleiro Arguello e acabou na rede boliviana.

Ficou claro que o time da casa não queria apenas ganhar, mas humilhar o rival.

Talvez fosse uma vingança, das mais cruéis, resposta à humilhação que a torcida de La Paz impôs ao Santos na Bolívia. No altiplano, até frutas atiraram em Neymar.

Ontem, o atacante atirou apenas bolas nos adversários.

A missão do Bolívar na Vila Belmiro já era difícil, mas foi se tornando impossível a cada grito de gol do Santos.

Foram cinco só nos primeiros 36 minutos. Já aí, refletia-se nos olhos de cada um dos 15 mil alvinegros que foram à Vila a certeza: restam seis jogos, 540 minutos, pro time obter o tetra da Libertadores.

O próximo passo é superar o Vélez Sarsfield nas quartas. O jogo de ida deve ser semana que vem, na Argentina.

Elano teve de esperar muito mais. Foi o primeiro gol do ano de um dos maiores ídolos da história recente do clube. Longos 23 jogos, 34 horas de jejum. Em boa parte do tempo, ele esteve na reserva.

Quando acertou seu chute, ajoelhou-se sobre o gramado, mãos aos céus, para ser abençoado pela multidão.

Ele marcaria um segundo. Ganso também fez dois, assim como Neymar. Alan Kardec e Borges, cada um do jeito que melhor lhe pareceu, foram acrescentando números ao placar da Vila.

Sem nunca estar satisfeito, o Santos construiu a maior goleada da atual edição da Libertadores. É a maior da competição desde 1985, quando justamente um boliviano, o Blooming, fez 8 a 0 no venezuelano Deportivo Itália.

Apenas em 1962 o Santos conseguiu mais gols em um jogo da Libertadores, um 9 a 1 ante o Cerro Porteño.

Neymar marcou seu segundo gol chutando contra as pernas de um boliviano para que o rival tivesse a vergonha de empurrá-la para o gol.

Ganso fez o simples quando era necessário. E o espetacular quando só se esperava o óbvio. Completou passe com um toque de letra, deslocou o goleiro e fez a bola deitar com preguiça na rede.

Também fez gol de falta, fundamento que treinou à exaustão na véspera do jogo.

A atuação do Santos, como um time e uma trupe, foi bem perto do que se pode chamar de futebol-arte. A fragilidade do adversário, claro, ajudou.

Ressalte-se que o Bolívar, mesmo sendo humilhado por 22 pernas e 15 mil vozes, jamais apelou.

Merece nota a atuação do goleiro Arguello. Ele já havia resgatado a bola dentro de seu próprio gol oito vezes. Nove, porém, parecia demais.

Quando Neymar aplicou-lhe chapéu vexatório e ficou na pequena área para marcar o nono, Arguello fez um esforço supremo para evitá-lo.

Neymar saiu de campo declarando-se feliz por fazer história na "família Santos".

No domingo, a equipe deve levantar o tricampeonato paulista contra o Guarani.

Depois, entra na fase mais decisiva da temporada.

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