Campeonato nasceu no embalo do sucesso de Marta fora do país

A criação da Copa do Brasil foi realizada em 2007 em meio à euforia da boa campanha na Copa do Mundo para mulheres, na Alemanha. O país chegou à final, perdendo para as donas de casa, mas Marta se consolidava como a melhor jogadora do planeta.

A expectativa era criar um Brasileiro com os principais clubes, porém, faltou o interesse dos mais tradicionais.

Marta chegou a ser contratada pelo Santos, Cristiane pelo Corinthians, mas foram exceções. Em janeiro deste ano, o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira, anunciou o fim do time feminino e do futsal (no qual jogava a estrela Falcão) alegando falta de verba. Os parceiros haviam desistido do projeto.

"Os patrocinadores, muitas vezes, preferem se associar a times que não têm essa identificação com o futebol masculino. No vôlei é assim. A saída para o futebol feminino é essa: times empresas", avalia Arthur Elias, técnico do Centro Olímpico.

Elias vai além: "Não temos jogadoras de bom nível para um campeonato com mais de dez equipes. A qualidade cai muito. Isso é problema de investimento na formação".

No Campeonato Paulista, que está em andamento, 18 times brigam pelo título. A disparidade é perceptível nos placares elásticos: 11 a 0, 8 a 1, 6 a 1 (este no clássico campineiro entre a vitoriosa Ponte Preta e o Guarani).

O Palmeiras só entrou porque fez parceria com a cidade de Bauru. Corinthians, São Paulo e Santos estão fora.

"Ninguém quer ver um Botucatu e São Vicente. A ausência do time conhecido é ruim", disse Érika, que aposta na presença dos grandes.

Das 25 jogadoras da seleção brasileira pré-convocadas para a Olimpíada de Londres, só duas atuam numa equipe tradicional, o Vasco. Ainda haverá o corte de sete atletas para os Jogos.

Também com duas atletas na seleção, o Vitória, de Pernambuco, tem um Centro de Treinamento exclusivo paras as mulheres. No ano passado, ficou com o vice no Brasileiro. No masculino, o time está apenas na segunda divisão estadual.