Gol aos 28s deixa Brasil perdido e sem plano para virada

O Brasil foi o tempo todo pior do que o México ontem. Esteve atrás no placar desde os 28s do primeiro tempo e nunca teve a menor ideia de como reagir para virar o jogo.

O México deu a saída, tentou atacar pela esquerda, perdeu. A bola ficou com Rafael, que tocou errado, passe curto demais, às costas de Sandro. Quando o volante reagiu, Peralta já havia dominado e chutado rasteiro: 1 a 0.

O gol mais rápido da história das Olimpíadas obrigou o Brasil a fazer com pressa o que pretendia fazer com paciência ao longo do jogo.

E aí, a troca de passes foi substituída por chutões sem direção, rebatidos pela zaga.

O Brasil só conseguiu dar o primeiro chute a gol aos 20min, quando Damião escapou pela direita e cruzou para Oscar, que bateu fraco, nas mãos do goleiro Corona.

Mano então desfez a alteração que havia feito durante o torneio. O lateral esquerdo Alex Sandro, improvisado como meia, saiu para a entrada do atacante Hulk.

A seleção então voltou a jogar como antes: Neymar aberto pela esquerda, Hulk na direita, Oscar na armação e Leandro Damião à frente.

O Brasil melhorou um pouco, bem pouco, com Hulk. Foi dele o chute mais perigoso, aos 38min, que Corona se

esticou para pegar.

O segundo tempo começou parecido: a seleção tentando pressionar, os mexicanos todos atrás do meio de campo.

A diferença foi que Neymar, discreto no primeiro tempo, passou a ser notado -mas não pelos motivos planejados por ele ou Mano.

O camisa 11 chegou a exibir alguns de seus dribles, mas muito longe do gol.

Perdeu uma boa chance, livre, antes dos 15min, ao chutar por cima do gol. E apanhou como poucas vezes antes nestes Jogos Olímpicos.

Neymar teve que ser atendido fora do campo, com o nariz sangrando, após uma dividida pelo alto com Corona. Em seguida sofreu falta violenta de Jimenez.

Era o Brasil que tinha a bola, mas o México que levava perigo. Perdeu chance incrível com Fabian, que acertou bicicleta no travessão, com o goleiro Gabriel já batido.

Mano tirou Sandro para colocar Pato. O time ficou bagunçado e nem por isso mais ofensivo. O México era mais perigoso nos contra-ataques.

Num deles, conseguiu uma falta na direita do ataque. Na cobrança, Peralta cabeceou e fez 2 a 0. Ainda houve tempo para uma última substituição desesperada de Mano (Lucas por Rafael) e o gol de Hulk, que nada adiantou.