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Marketing do bem (corintiano)

Sem patrocinador definitivo, Corinthians cede espaço no uniforme a instituições e pedirá que altruísmo seja abatido dos R$ 12 milhões que deve em contrapartida social por arena

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Em oito jogos do Campeonato Brasileiro, o Corinthians estampou marcas de entidades beneficentes e campanhas assistenciais em sua camisa, que ainda aguarda por um patrocínio definitivo.

A solidariedade corintiana tem um objetivo claro: a dedução fiscal em débitos municipais do Itaquerão.

O clube solicitará que os espaços publicitários oferecidos para Graacc, AfroReggae, Criança Esperança, Doutores da Alegria, SOS Mata Atlântica e AACD entrem no pacote de contrapartidas sociais que deve à prefeitura pela concessão do terreno onde é erguido seu estádio.

Em 2011, o Corinthians assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público se comprometendo a investir R$ 12 milhões em obras sociais para a cidade, em especial na zona leste, por ter recebido o terreno da arena.

Uma comissão foi criada pela prefeitura para fiscalizar o andamento das ações sociais do clube, que já começaram, como o projeto social Time do Povo, que ajuda crianças carentes, a cessão de espaços na sede e os programas para a terceira idade.

Em novembro, na próxima reunião semestral entre Corinthians, prefeitura e Ministério Público, o clube apresentará o balanço dos últimos seis meses e solicitará a inclusão dos "patrocínios" das entidades beneficentes no pacote das contrapartidas.

"Estes apoios às instituições independem do acordo com o Ministério Público. Pretendemos mostrar que essas entidades têm cunho social, são sérias e, portanto, poderiam ser computadas para o acordo", declarou Ivandro Sanchez, advogado do clube.

Segundo ele, independentemente de a comissão aceitar ou não os patrocínios, o clube continuará seu plano.

"Há uma limitação da legislação eleitoral neste momento que impediria a veiculação de qualquer campanha que possa ser vista como publicidade da prefeitura. Continuaremos a ceder espaço na camisa, mas com campanhas ligadas à prefeitura, sugeridas por ela", disse.

A Promotoria questiona.

"Quando o Corinthians sugeriu ceder espaço na camisa, pedimos cautela. Toda vez que o Corinthians entra em campo, está ganhando dinheiro, da Globo, por exemplo", afirmou o promotor José Carlos de Freitas, de habitação e urbanismo.

"O que pedimos são coisas mais concretas. O que a zona leste ganharia em contrapartida social com essas anúncios na camisa?", questiona. "O Corinthians não paga nada [por ceder espaço], apenas recebe dinheiro para jogar."

Em nota, a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão se limitou a declarar que o clube realizou diversas contrapartidas que resultaram em relatórios que são analisados para validação.

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