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Seleções 'esnobam' técnicos espanhóis
2014 DE SÃO PAULO A Espanha conseguiu afastar o estigma de seleção perdedora que tanto a atormentava, conquistou o inédito título mundial, venceu duas Eurocopas consecutivas e ganhou admiração e o rótulo de futebol bonito e vencedor. O sucesso dentro campo, porém, não foi suficiente para dar prestígio aos técnicos espanhóis e transformá-los em peças de exportação. Nas eliminatórias europeias da Copa de 2014, que começam hoje, Vicente del Bosque, comandante da Fúria, é o único treinador espanhol -e isso ocorre em um cenário mais aberto à integração de técnicos estrangeiros.
Mais de 30% das seleções que iniciam hoje a disputa pelas 13 vagas do Velho Continente no Mundial de 2014 entregaram a missão para técnicos de outros países. Os treinadores estrangeiros são oriundos de nove países diferentes. Nenhum deles é de outro continente. A Itália, escola mais vencedora da Europa, com quatro títulos mundiais, é a recordista de técnicos: seis. A lista inclui Cesare Prandelli, fortalecido no comando da Azzurra depois de ser vice-campeão da Eurocopa deste ano com uma desacreditada equipe, e os muito rodados Giovanni Trapatonni, 73, comandante da Irlanda, e Fabio Capello, 66, ex-Inglaterra e agora na Rússia.
Albânia, Malta e San Marino também aderiram a profissionais do país do calcio. Até países que conseguem "exportar" técnicos recorrem à "mão de obra" estrangeira. A Suíça é dirigida pelo alemão, Ottmar Hitzfeld. Por outro lado, Áustria e Liechtenstein têm comandantes suíços. Dinamarca, Grécia, Hungria, Portugal e Suécia são outros países que tiveram êxito onde os donos do melhor futebol do mundo não têm: representantes nos bancos dos seus adversários. A baixa demanda por técnicos espanhóis mostra que o sucesso do estilo de jogo do país, baseado em passes curtos, é creditado mais aos jogadores de técnica aprimorada do que aos responsáveis por armar as equipes. Pep Guardiola, mentor do Barcelona que virou a sensação dos últimos anos, é a exceção, mas optou por tirar férias antes de aceitar um novo trabalho no futebol. Também pode-se observar o baixo número de espanhóis nos clubes europeus. Nas quatro maiores ligas nacionais, excluindo a espanhola, há só Roberto Martínez, do nanico inglês Wigan. Técnicos que conseguiram romper a barreira do país durante a carreira, como Javier Clemente (ex-Camarões, Sérvia e Irã) e Rafa Benítez (ex-Liverpool e Inter de Milão) estão desempregados.
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