São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2002

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PAINEL FC

Já passou
Parte do grupo de apoio a Ricardo Teixeira em clubes e federações acredita piamente que o olho do furacão ficou para trás. Por esse raciocínio, nada do que vier em 2002 será pior do que aconteceu ano passado, quando o presidente da CBF foi devassado por duas CPIs do Congresso.

Metralhadora
O pico da crise, segundo os teixeiristas, foi em agosto, quando a seleção, abatida pela derrota para Honduras, fez partida decisiva contra o Paraguai, em Porto Alegre. Dois dias após o jogo, vencido pelo Brasil, o "Globo Repórter", da TV Globo, abriu fogo contra Teixeira.

Falando sozinho
Assim, o grupo descarta a renúncia do dirigente, como quer o ministro Carlos Melles (Esporte). Segundo eles, se não renunciou em agosto ou setembro, em meio à crise da seleção e ao tiroteio da Globo e das CPIs, não será agora que Ricardo Teixeira irá deixar o cargo.

Nova carga
Mas, argumentam os favoráveis à renúncia do dirigente, não é bem assim. A aposta é que o governo edite a medida provisória que permitirá a intervenção em clubes e federações logo no início de janeiro. Além disso, acham que o Ministério Público e a Justiça irão deflagrar um bombardeio contra Teixeira.


Tricolor clandestino
O antigo site sãopaulomania caiu de vez na "ilegalidade". Agora alojado no endereço www.siteproibido.com, a página da oposição do São Paulo está proibida por uma decisão da Justiça de usar também o símbolo do clube, que só aparece de maneira estilizada.

Malas prontas
A Parmalat fica no futebol brasileiro apenas até junho próximo. Segundo o "Jornal de Jundiaí", a multinacional já decidiu deixar o Etti, único clube com o qual mantém vínculo. Para o torneio Rio-SP, o apoio ainda será mantido, mas uma transição já é negociado com a prefeitura da cidade e outras empresas interessadas no clube.

Unidos contra...
Para atacar a CPI da CBF/Nike, que funcionou na Câmara, Pelé agora defende seu ex-sócio Hélio Viana. No programa "Terceiro Tempo", que a TV Record levou ao ar anteontem à noite, o ex-jogador e ex-ministro disse que as acusações contra o desafeto, por quem ele se diz traído, são "inconsistentes".

... a CPI
Relatório do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), que não chegou a ser votado pela comissão, pediu o indiciamento de Viana por supostos crimes tributários. Em alguns casos, as acusações são praticamente incontestáveis. Mas Pelé prefere dizer que a CPI, na qual ele foi poupado, não deu em nada.

Ainda pulsa
Se o Botafogo-SP, com medo de Eduardo José Farah, já desistiu de recorrer à Justiça contra o torneio Rio-SP, o mesmo não se pode dizer do deputado federal Corauci Sobrinho (PFL-SP), que fez parte da CPI da CBF/Nike.

Prazo
O parlamentar, apoiado por um grupo de vereadores de Ribeirão Preto, espera o fim do recesso judiciário para definir se recorre ou não contra a exclusão da equipe da liga e do torneio interestadual, que começa dia 19.

Dupla unida
Edílson e Petkovic tanto aprontaram neste ano que os dois devem deixar o Flamengo. O primeiro tem proposta do Santos. Já o meia sérvio pode ir parar em São Januário. É a forma que Eurico Miranda encontrou para se vingar do assédio flamenguista a Juninho.

Sem Dunga
O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, recuou nas transformações que pretendia fazer na estrutura do clube. Dunga, cotado para ser o supervisor de futebol, foi descartado pelo dirigente, que, dessa forma, bateu de frente com seus subalternos, pois eles haviam anunciado o acerto com o ex-jogador.

E-mail:
painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

Do técnico Wanderley Luxemburgo, sobre sua demissão do Corinthians:
- A diretoria do Corinthians entendeu que meu trabalho foi bom, quem não entendeu foi a Hicks Muse. Briguei muito com os americanos. Eles entendem mais é de hambúrguer e Michael Jackson, não de futebol.

CONTRA-ATAQUE

Craques formados à força

O técnico Cilinho, responsável pela formação de algumas gerações de bons jogadores no país, é conhecido por seus métodos de treinamento excêntricos.
A sua maior obsessão era fazer seus comandados não olharem para os próprios pés na hora de carregar a bola ou dar um passe, cruzamento ou chute.
Para isso, criava algumas táticas originais. A mais comum era levar camisas de várias cores e ficar atrás do gol durante o ensaio de cruzamentos nos treinos.
Aí, segurava uma delas na mão e obrigava o jogador a gritar a cor da camisa antes de cruzar a bola na área. Assim, forçava o hábito de erguer a cabeça.
Um outro método de Cilinho para tentar o mesmo efeito conseguiu ser ainda mais original.
Durante uma passagem pelo América (SP), na década de 70, o treinador preferiu exercitar seu lado de inventor para fazer com que os jogadores de sua equipe atuassem de cabeça erguida.
Nos treinos, obrigava pupilos a usarem uma espécie de viseira, só que abaixo do nariz. Assim, mesmo que quisesse, ninguém conseguia ver a bola nos pés.



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