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Pesquisa nacional Datafolha mostra que popularidade do técnico cresceu
Para torcedor, Scolari deve seguir na seleção
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com os vexames protagonizados pela seleção sob seu comando, apesar de a classificação
do Brasil para a Copa do Mundo
de 2002 ter sido definida somente
na última rodada das eliminatórias e a despeito da sua insistência
em formar equipes dando prioridade ao setor defensivo, Luiz Felipe Scolari está em alta com o torcedor brasileiro.
É o que revela pesquisa Datafolha realizada em 126 municípios
de todo o país. Pelo levantamento,
58% dos 2.578 entrevistados (todos acima de 16 anos) defendem
que a CBF deve manter Scolari no
cargo de treinador do time brasileiro, enquanto 26% afirmaram
que ele deve ser substituído.
A acolhida da população parece
ignorar que 2001 foi um dos piores anos da história da seleção
-seja com Scolari ou com seu
antecessor, Emerson Leão.
O time nacional realizou 21 jogos, com 8 derrotas, 4 empates e
apenas 9 vitórias, um ridículo
aproveitamento de 49,2% de pontos, em se tratando de Brasil.
Nas eliminatórias, não foi muito
diferente: no pior desempenho do
país na história do torneio, a seleção obteve 9 vitórias, 3 empates e
6 derrotas (um terço do total de 18
jogos), aproveitamento de 55%.
O Brasil terminou a disputa em
terceiro lugar na tabela, atrás da
Argentina e do Equador e só superou o Paraguai, o quarto colocado, no saldo de gols.
Se forem considerados apenas
os números de Scolari à frente da
equipe, o desastre persiste.
Desde que ele assumiu o cargo,
em 12 de junho de 2001, a seleção
realizou 11 partidas, com seis vitórias e cinco derrotas, um aproveitamento de 54%.
Nesse período, os vexames da
seleção -iniciados sob a batuta
de Wanderley Luxemburgo e
mantidos por Leão- persistiram, entre eles a eliminação da
Copa América por Honduras, time sem nenhuma tradição no cenário mundial, e uma derrota por
3 a 1 para a Bolívia que poderia ter
sido um desastre muito maior.
O respaldo popular de Scolari
revela uma espécie de "coerência"
ou fidelidade do torcedor, já que o
técnico foi levado à seleção pela
CBF justamente por aparecer como o preferido dos brasileiros em
pesquisas encomendadas para
definir o sucessor de Leão.
Dos que defendem a permanência do treinador, os mais entusiastas são os que disseram ter muito
interesse por futebol -74% destes querem que Scolari continue.
A popularidade do técnico aumenta também entre os homens
(65% querem que ele siga, contra
52% das mulheres) e os mais jovens (atinge 66% na faixa entre 16
e 24 anos).
Além de desejarem que Scolari
permaneça no cargo, os torcedores também acham que o trabalho
do técnico avançou: avaliação do
seu desempenho melhorou em
relação à última pesquisa nacional realizada pelo instituto.
No levantamento passado, realizado no dia 18 de setembro, duas
semanas após a derrota para a Argentina por 2 a 1 em Buenos Aires,
31% dos entrevistados consideravam o trabalho do treinador ótimo ou bom.
Na pesquisa publicada hoje
-realizada entre os dias 19 e 21 de
novembro, uma semana após a
seleção ter alcançado a classificação para o Mundial da Coréia do
Sul e do Japão, ao vencer a Venezuela por 3 a 0, em São Luís
(MA)-, o índice de ótimo ou
bom subiu para 39%.
A margem de erro é de dois
pontos percentuais, para mais ou
para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95% -isto
significa que, se fossem realizados
cem levantamentos com a mesma
metodologia, em 95 os resultados
estariam dentro da margem de erro prevista.
O curioso é que, daquele levantamento para este, os índices de
regular e de ruim/péssimo são
quase os mesmos. O que diminuiu foi a quantidade de entrevistados que disseram não saber responder à pesquisa -caíram de
19% para 13%, e a diferença rumou para o lado de Scolari.
O técnico da seleção aproveita
as férias coletivas da CBF para
passar as festas de final de ano ao
lado de sua família, no Rio Grande do Sul, seu Estado natal.
Na segunda semana de janeiro,
ele deverá participar de uma reunião na sede da CBF, no Rio, para
definir o planejamento do seu time para os próximos meses.
No final deste mês, a seleção, integrada somente por atletas que
atuam no futebol brasileiro, deverá fazer um jogo-treino contra
uma equipe nacional.
O objetivo de Scolari é observar
jogadores que ainda não foram
convocados e, com eles, fechar o
grupo de 23 atletas que irão para a
Copa do Mundo.
Até a estréia no Mundial, no dia
3 de junho, contra a Turquia, em
Ulsan (Coréia do Sul), a seleção
deverá realizar três amistosos
contra outras seleções. Portugal,
Espanha e Polônia estão entre os
adversários cotados.
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