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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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BOXE

Pugilista explica ter gastos com treinamentos, salários, taxas e auxílio a alunos, apesar de receber as bolsas em dólar

Ministro põe Popó na fila de benefícios

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, reuniu-se ontem com Acelino Freitas, o Popó, 27, durante duas horas em Brasília, e informou que o incluirá na lista de atletas que serão beneficiados pela política de patrocínio em discussão no Governo Federal.
O campeão unificado dos superpenas pela AMB (Associação Mundial de Boxe) e OMB (Organização Mundial de Boxe) reclamou na semana passada da falta de patrocínio e também do fato de a proposta de organizar uma de suas lutas no Brasil no final de 2002 não ter gerado interesse.
Popó conta com o patrocínio não-financeiro da fábrica de material esportivo americana Everlast, que fornece equipamento.
Ele levou o assunto ao ministro.
O baiano chegou a ameaçar se naturalizar norte-americano, pois havia recebido ofertas para isso no início de sua carreira.
O advogado de Popó, Antonio Garrido, e o promotor de suas lutas, o americano Arthur Pelullo, em consultas posteriores, afirmaram que o brasileiro não havia conversado com nenhum deles sobre esse tema recentemente.
A equipe de Popó afirma agora que ele teria ""se expressado mal".
""Em nenhum momento disse que ia me naturalizar. Só quis mostrar que há outros países que dão valor para mim", justifica ele.
Popó afirma ter muitos gastos com a preparação para os seus combates, com o pagamento de taxas às entidades que dirigem o pugilismo internacional e com ajuda de custo aos alunos de sua academia, a Popó Mão de Pedra.
""Pago o salário dos treinadores, o aluguel da casa [que serve de base para os treinos", de um carro, gasto com os sparrings [parceiros de treino". Além disso é da minha bolsa que sai o pagamento das taxas à AMB e à OMB [3% das bolsas do lutador"", enumera Popó.
""Já ajudo os meninos que treinam em minha academia, mas poderia ajudar ainda mais caso tivesse mais ajuda", conclui ele.
As bolsas do boxeador baiano atingem a marca das centenas de milhares de dólares, mais os direitos de exibição para o Brasil, mas suas apresentações são infrequentes. No ano passado, fez apenas dois combates, contra o cubano Joel Casamayor e contra o desafiante nigeriano Daniel Attah.
Popó, que está invicto com 32 vitórias e 29 nocautes, defende os seus cinturões no dia 15 de março, nos EUA, contra Gabe Ruelas.
Caso consiga patrocínio via o ministério, o lutador prometeu doar a primeira cota de seu patrocínio ao programa Fome Zero.


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