São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PINGUE-PONGUE

Diego afaga CBF e afirma que Leão é seu ídolo

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Diplomático, o meia-atacante Diego, 18, pivô da crise provocada pelo fracasso da seleção sub-23, afaga os dois lados que trocaram chumbo verbal durante e após o desastre brasileiro no Pré-Olímpico do Chile.
Para o astro santista, o técnico Emerson Leão, inimigo da cúpula da CBF, "é um ídolo". Dos integrantes da entidade e da seleção diz não ter ressentimentos. "Todos são pessoas amigas também."
Ele afirma não acreditar em punição que resulte em exclusão das próximas convocações, embora, na avaliação interna do desempenho da sub-23, tenha sido apontado como um dos responsáveis pela eliminação. "Jamais. Não fui o primeiro jogador nem essa foi a primeira equipe que passaram por essas dificuldades."
 
Agência Folha - O que acha da defesa que Leão fez de você no episódio da seleção?
Diego -
Já conversei com o Leão em particular, demonstrei todo o meu sentimento por ele e o que senti com toda a situação. Acho que isso é um assunto particular. Você sempre espera de uma pessoa como o Leão uma atitude boa, de amigo. Sempre confiei nele.

Agência Folha - Ele falou o que você gostaria de dizer e não pôde pela condição de jogador?
Diego -
O que eu tinha de dizer eu disse. Não guardei mágoa de ninguém da CBF, de ninguém da imprensa, acho que isso é completamente normal na nossa profissão. Todos com quem me relacionei na seleção foram pessoas amigas. Então, é uma página virada. Tenho de esquecer porque só vai me atrapalhar no Santos.

Agência Folha - Só vai falar de seleção na próxima convocação?
Diego -
Se Deus quiser. É o meu objetivo, ainda é a minha motivação. Entro em campo pensando em conseguir grandes vitórias e títulos pelo Santos para voltar para a seleção.

Agência Folha - Você não tem receio de não ser chamado por causa da campanha no Chile?
Diego -
Não, não, jamais. Não fui o primeiro jogador nem essa foi a primeira equipe que passaram por essas dificuldades, de eliminação de um Pré-Olímpico, de perder Olimpíadas, de perder Copa do Mundo. Isso acontece com quem joga futebol, faz parte da carreira. É decepcionante, triste, deixa marcado -mais que uma vitória, talvez-, mas é superável.

Agência Folha - Como é a relação dos novatos com o Leão? Ele é mais que um técnico?
Diego -
Sem dúvida, por tudo o que fez pelo futebol, pelo que passou na vida, é um exemplo, um ídolo que temos de seguir, assim como outros jogadores mais experientes com quem tive a oportunidade de conviver.

Agência Folha - Mas a ascendência dele sobre vocês chega à vida particular? Conversam sobre assuntos pessoais?
Diego -
Se necessário, sim. Coisas particulares que influenciam dentro de campo, sem dúvida, temos de conversar, até porque o importante é sempre o grupo estar bem.



Texto Anterior: Futebol: Ansioso, Palmeiras retorna aos clássicos
Próximo Texto: Santistas vêem desafios pessoais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.