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FUTEBOL AMERICANO
Na sua 38ª decisão, NFL repete sucesso de outros anos, apesar do pouco apelo dos times e do local
Super Bowl celebra sua autopromoção
DA REPORTAGEM LOCAL
O Super Bowl se promove sozinho. É isso o que prova a 38ª edição da final do campeonato da
NFL, a liga profissional de futebol
americano nos EUA.
O evento, que acontece hoje, às
21h (de Brasília), entre New England Patriots e Carolina Panthers, tem ingredientes que seriam capazes de fazer de qualquer
outra decisão de campeonato, se
não fracassada, pelo menos abaixo da média no que diz respeito a
apelo comercial e interesse do público -coisa que não ocorrerá.
O primeiro deles é o local onde
será realizado o jogo: Houston. A
cidade texana não está entre as
que mais apreciam o esporte.
Pelo menos outras duas modalidades que possuem representantes na cidade atraem mais atenção: o basquete da NBA, com o
Houston Rockets, e o beisebol da
MLB, com os Astros.
Esta é apenas a segunda vez que
Houston sediará o Super Bowl.
Como comparação, Nova Orleans, a cidade que mais abrigou a
decisão, foi palco de nove finais.
Por causa da indiferença de seus
moradores com o futebol americano, que já não lotavam mais o
estádio, Houston, que hoje é a casa do Texans -mais novo time
da NFL, com dois anos de existência- chegou a ver um time da liga se mudar da cidade.
Em 1997, o Houston Oilers, que
existia desde 1968, deixou o Texas
para se instalar no Tennessee, onde incorporou o nome do novo
Estado-sede. A partir de 1999, a
franquia abandonou o antigo nome de vez. Passou a ser conhecida
como Tennessee Titans.
Os finalistas de hoje também
não empolgam. Patriots e Panthers fogem do padrão das demais franquias. Enquanto as outras 30 levam em seu nome a cidade ou o Estado onde estão instaladas, esses times representam regiões que aglutinam Estados.
O primeiro leva o nome de uma
região localizada no Nordeste do
país (Nova Inglaterra) que abrange seis Estados e cuja população
total beira os 14 milhões de pessoas: Connecticut, Maine, New
Hampshire, Rhode Island, Vermont e Massachussets -este último, o mais populoso deles, com
6,4 milhões de habitantes, abriga a
sede do time, em Boston.
O segundo, apesar de sediado
em Charlotte, na Carolina do
Norte, também representa a Carolina do Sul -a população total
dos dois Estados é de cerca de 12,4
milhões de possíveis torcedores.
Porém, o que seria motivo para
muita torcida acaba fazendo com
que haja uma dispersão de fãs.
Por não terem uma identificação com apenas uma localidade,
ambos os times não contam com
a simpatia esmagadora dos habitantes de suas regiões. New England, por exemplo, concorre
com o time da capital federal, o
Washington Redskins, além de
dividir a atenção com equipes do
Estado de Nova York (NY Giants,
NY Jets e Bufallo Bills).
À margem disso tudo, o Super
Bowl 38 segue a história traçada
pelas edições anteriores.
Eis alguns indicadores do sucesso comercial do evento: 1) todos
os 70 mil ingressos do estádio Reliant já foram vendidos; 2) os intervalos comerciais durante a partida serão os mais caros da TV
-cada inserção de 30s custa US$
2,5 milhões; 3) nesta semana que
antecedeu o Super Bowl, a indústria de eletroeletrônicos dos EUA
vendeu cerca de 1 milhão de aparelhos de TV. Mais do que qualquer outro evento, o Super Bowl
38 representa a célebre frase do
mundo dos espetáculos que diz
que "o show tem que continuar".
(PAULO GALDIERI)
NA TV - Super Bowl, ao vivo,
às 21h, na ESPN International
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