São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL AMERICANO

Na sua 38ª decisão, NFL repete sucesso de outros anos, apesar do pouco apelo dos times e do local

Super Bowl celebra sua autopromoção

DA REPORTAGEM LOCAL

O Super Bowl se promove sozinho. É isso o que prova a 38ª edição da final do campeonato da NFL, a liga profissional de futebol americano nos EUA.
O evento, que acontece hoje, às 21h (de Brasília), entre New England Patriots e Carolina Panthers, tem ingredientes que seriam capazes de fazer de qualquer outra decisão de campeonato, se não fracassada, pelo menos abaixo da média no que diz respeito a apelo comercial e interesse do público -coisa que não ocorrerá.
O primeiro deles é o local onde será realizado o jogo: Houston. A cidade texana não está entre as que mais apreciam o esporte.
Pelo menos outras duas modalidades que possuem representantes na cidade atraem mais atenção: o basquete da NBA, com o Houston Rockets, e o beisebol da MLB, com os Astros.
Esta é apenas a segunda vez que Houston sediará o Super Bowl. Como comparação, Nova Orleans, a cidade que mais abrigou a decisão, foi palco de nove finais.
Por causa da indiferença de seus moradores com o futebol americano, que já não lotavam mais o estádio, Houston, que hoje é a casa do Texans -mais novo time da NFL, com dois anos de existência- chegou a ver um time da liga se mudar da cidade.
Em 1997, o Houston Oilers, que existia desde 1968, deixou o Texas para se instalar no Tennessee, onde incorporou o nome do novo Estado-sede. A partir de 1999, a franquia abandonou o antigo nome de vez. Passou a ser conhecida como Tennessee Titans.
Os finalistas de hoje também não empolgam. Patriots e Panthers fogem do padrão das demais franquias. Enquanto as outras 30 levam em seu nome a cidade ou o Estado onde estão instaladas, esses times representam regiões que aglutinam Estados.
O primeiro leva o nome de uma região localizada no Nordeste do país (Nova Inglaterra) que abrange seis Estados e cuja população total beira os 14 milhões de pessoas: Connecticut, Maine, New Hampshire, Rhode Island, Vermont e Massachussets -este último, o mais populoso deles, com 6,4 milhões de habitantes, abriga a sede do time, em Boston.
O segundo, apesar de sediado em Charlotte, na Carolina do Norte, também representa a Carolina do Sul -a população total dos dois Estados é de cerca de 12,4 milhões de possíveis torcedores.
Porém, o que seria motivo para muita torcida acaba fazendo com que haja uma dispersão de fãs.
Por não terem uma identificação com apenas uma localidade, ambos os times não contam com a simpatia esmagadora dos habitantes de suas regiões. New England, por exemplo, concorre com o time da capital federal, o Washington Redskins, além de dividir a atenção com equipes do Estado de Nova York (NY Giants, NY Jets e Bufallo Bills).
À margem disso tudo, o Super Bowl 38 segue a história traçada pelas edições anteriores.
Eis alguns indicadores do sucesso comercial do evento: 1) todos os 70 mil ingressos do estádio Reliant já foram vendidos; 2) os intervalos comerciais durante a partida serão os mais caros da TV -cada inserção de 30s custa US$ 2,5 milhões; 3) nesta semana que antecedeu o Super Bowl, a indústria de eletroeletrônicos dos EUA vendeu cerca de 1 milhão de aparelhos de TV. Mais do que qualquer outro evento, o Super Bowl 38 representa a célebre frase do mundo dos espetáculos que diz que "o show tem que continuar". (PAULO GALDIERI)


NA TV - Super Bowl, ao vivo, às 21h, na ESPN International


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