São Paulo, terça-feira, 01 de fevereiro de 2005

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Ministério Público acusa médico e dirigente pela morte de Serginho

DA REPORTAGEM LOCAL

Nairo Ferreira de Souza e Paulo Forte, presidente e médico do São Caetano suspensos pelo STJD pela morte do zagueiro Serginho, foram acusados ontem na Justiça comum pelo mesmo motivo. Se condenados, estarão sujeitos a penas entre 12 e 30 anos de reclusão.
Rogério Leão Zagallo, promotor responsável pelo caso Serginho, entende que omissão dos dois causou a morte do jogador. Ele ainda tenta qualificar o crime por motivo torpe, "pois mandavam para o campo um atleta condenado pela medicina, usufruindo de seu desempenho". Se a tese emplacar, o delito passará a ser um crime hediondo, cujos condenados perdem benefícios no cumprimento da pena.
A denúncia será examinada pelo juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha, que volta de férias hoje. Se aceitá-la, ele decidirá depois se o caso irá para júri popular, se será julgado por uma vara criminal ou se arquivará a acusação.
"O promotor exagerou nas tintas. Estranho ele não considerar a atitude dos médicos do Incor tão omissiva quanto à do ortopedista do São Caetano", disse Luiz Cláudio Mariz, advogado de Forte.
Já o advogado de Nairo, Luiz Pacheco, disse que falará após o juiz apreciar a denúncia.
Serginho morreu aos 30 anos no dia 27 de outubro de 2004 após uma parada cardiorrespiratória no jogo contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileiro. Segundo o atestado de óbito, ele morreu por conta de um edema pulmonar e hipertrofia miocárdica.
Exames feitos no Incor, em fevereiro de 2004, diagnosticaram que Serginho tinha arritmia cardíaca. Segundo prontuário médico assinado por Edimar Bocchi, Forte e Serginho foram alertados para que o atleta parasse de jogar bola sob o risco de morte -versão contestada pelos acusados. (KLEBER TOMAZ E LUÍS FERRARI)


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