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Federação usa dados de satélite e diz que juíza corre como homens
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Silvia Regina de Oliveira teve
desempenho físico semelhante à
média dos árbitros que apitam
partidas do Campeonato Paulista.
É o que diz a FPF ao avaliar os dados do monitoramento dos juízes
que estiveram em campo.
No jogo entre São Paulo e Corinthians, anteontem, a árbitra
percorreu 9.150 m com velocidade média de 10,5 km/h. O máximo
atingido foi 15,7 km/h no primeiro tempo e 15,9 km/h no segundo.
A FPF não divulgou os dados da
avaliação dos outros árbitros.
Eles são monitorados via satélite por aparelhos que carregam
atados ao braço e à cintura. Só alguns juízes são escolhidos a cada
rodada, geralmente os que apitam
partidas de mais apelo.
Para efeito de comparação, os
jogadores de futebol alcançam até
35 km/h. Sua velocidade média,
porém, é variável já que muitas
vezes eles ficam parados ou andando, mas oscila próxima de 12
km/h, segundo fisiologistas ouvidos pela Folha. Um atleta corre
entre 10 km e 12 km por partida.
Um árbitro bem preparado deve
percorrer distância semelhante.
Anteontem, após a derrota no
Morumbi, Tite disse que "mulher
não pode apitar jogo de futebol de
alto nível." Para o ex-técnico corintiano, as mulheres têm desempenho físico inferior ao dos homens. Ele e atletas do time disseram que Sílvia errou para os dois
lados por estar longe dos lances.
Não foi a primeira vez que ela
teve seu desempenho contestado.
Em 2003 ela foi chamada de burra
pelo são-paulino Luis Fabiano.
No mesmo ano, foi colocada na
"geladeira" pelo Armando Marques, presidente da Comissão de
Arbitragem da CBF, que considerou exagerado o destaque dado
na mídia à sua atuação ao lado de
outras duas auxiliares.
Desta vez, o tom preconceituoso da declaração de Tite provocou
repúdio do Sindicato dos Árbitros
de São Paulo e da Comissão de
Arbitragem da FPF. Em notas oficiais, ambas ressaltaram que Silvia atende a todos os requisitos
para ser árbitra de futebol.
A juíza esteve nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e será a única
representante brasileira no
workshop organizado pela Fifa,
em março, em Portugal, que servirá como preparação para a Copa do Mundo feminina, em 2007.
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