São Paulo, quarta, 1 de abril de 1998

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AUTOMOBILISMO
Doze entidades assistenciais do Paraná estão sendo beneficiadas pelas atuações do piloto da Indy
André Ribeiro lança "corrida solidária'

FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba

Nas provas do Campeonato da Indy, centenas de pessoas carentes atendidas por 12 instituições assistenciais do Paraná estão engrossando a torcida do piloto brasileiro André Ribeiro.
É uma torcida muito mais pela necessidade do que pelo sentimento de nacionalidade.
Estas instituições foram selecionadas pelo piloto para participar da "Corrida Solidária". Em parceria com uma rede de supermercados de Curitiba, Ribeiro vai doar a estas entidades assistenciais R$ 500 em alimentos por cada ponto conquistado na temporada. Até o momento foram quatro.
Segundo a assessoria de Ribeiro, a idéia da campanha "Corrida Solidária" foi do próprio piloto, que também teve a iniciativa de procurar a rede de supermercados.
No ambiente caro do automobilismo, onde a preocupação da maioria não vai além do desempenho do seu carro, Ribeiro diz que se sente no dever de se comprometer com as questões sociais.
No discurso do piloto no lançamento da campanha, ele disse não temer que sua iniciativa seja vista como uma ação de marketing.
"Várias vezes fui convidado para participar de ações beneficentes nos Estados Unidos, e percebi que minha participação podia ser usada em benefício de outras pessoas. Então pensei: moro num país muito mais necessitado, e está na hora de mudar meu foco", disse.
Num segundo momento, o piloto quer que o projeto cresça, beneficiando entidades assistenciais de todo o país.
Para cada prova do calendário de 98, o piloto estabeleceu um valor mínimo de R$ 2.500 para distribuir entre as entidades. Ou seja, caso ele não pontue ou marque menos de cinco pontos por prova, as entidades ainda assim vão receber em alimentos o equivalente à cota de cinco pontos.
Na temporada do ano passado, Ribeiro terminou em 14º, marcando apenas 45 pontos. Para o piloto, no entanto, seu desempenho no ano foi atípico. O brasileiro correu pela Tasman e teve problemas com o chassi Lola.
Este ano, as chances de Ribeiro marcar mais de cinco pontos por prova são grandes.
O piloto corre pela Penske, equipe de ponta da Indy, detentora de nove títulos e recorde de 99 vitórias -dez delas nas 500 Milhas de Indianápolis, uma das mais tradicionais provas do automobilismo mundial.
A Indy também distribui mais pontos do que a F-1, onde só os seis primeiros pontuam, com o primeiro marcando 10 pontos e o sexto, um. Na Indy, o primeiro colocado recebe 20 pontos e a pontuação vai até a 12ª colocação.
O pole-position e o piloto que liderar o maior número de provas recebem ainda um ponto extra.



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