São Paulo, domingo, 01 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Contra Banespa, um dos dois visitantes que em dez anos não foi campeão fora, Minas desafia "amarelada" de mandantes

Superliga testa aura de decidir em casa

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Disputar a última partida de uma decisão em seu ginásio, diante de sua torcida, é o cenário ideal.
A afirmação acima é verdadeira, mas só se o time não estiver jogando a Superliga masculina.
O Minas entra em quadra hoje, às 9h45, em Belo Horizonte, em busca do título e da quebra do que se tornou praxe no torneio: quem joga fora de casa leva vantagem.
Na história da Superliga, os gritos da torcida serviram mais de combustível para os rivais do que de incentivo para os anfitriões.
Em dez anos, apenas três vezes o time visitante não voltou para sua cidade com o troféu nas mãos (1996, 1997 e 2002).
E são exatamente essas exceções que preocupam o Banespa, ainda sem títulos do torneio. Nas duas últimas vezes que elas aconteceram, foi ele quem viu a comemoração dos donos da casa -em 1996, o Suzano perdeu fora.
"Contamos com a torcida em todo o campeonato e, nas finais, ficou provado que jogar no seu ginásio ajuda. Mas, se nós não estamos em casa, eles também não estão", analisa o técnico do Banespa, Mauro Grasso. Na série melhor de cinco, seu time venceu duas vezes em São Bernardo.
O treinador paulista tem razão. O Minas mandou a maioria de seus jogos no ginásio JK. O Mineirinho, palco da final de hoje, lhe é tão estranho quanto para o rival. O local, aliás, guarda mais semelhanças com a quadra do ABC do que com a usada pelos mineiros.
"É complicado se adaptar às dimensões do Mineirinho. Venta lá dentro, você fica sem ponto de referência, é redondo, grande... É mais parecido com o de São Bernardo, fator que pode ser positivo para eles", afirmou o levantador Marlon, do Minas. "Mas a gente podia jogar até em barro que não ia ter problema", completou.
Se a quadra não é "um lar", para os mineiros jogar em casa será importante por causa do apoio da torcida e de amigos e parentes.
Assim como o Banespa, a equipe tem média de idade entre 21 e 22 anos. Mesmo com a pouca experiência do elenco, o time fez primeira fase arrasadora -terminou na liderança- e despachou o estelar Suzano nos mata-matas. Mas ainda sente momentos de instabilidade.
"Vai ser bom ter esse calor, saber que na arquibancada estão seus amigos, sua família, torcendo. Isso vai nos ajudar a tentar executar o que não soubemos fazer fora de casa, sem a força deles", declarou Marlon.
Além de decidir o título, o jogo de hoje será um divisor de águas na carreira de um dos mais importantes jogadores do país.
Diante da torcida mineira, o ponta Nalbert pode fazer seu último jogo na quadra. Após a Superliga, ele segue para areia, onde planeja estar em Pequim-2008.
Se não arrumar um bom patrocínio e montar estrutura sólida, no entanto, pode retornar aos ginásios na próxima temporada.


NA TV - Minas x Banespa, Globo e Cultura, ao vivo, a partir das 9h45



Texto Anterior: Panorâmica - Basqueta: Phoenix pode fechar série contra Memphis
Próximo Texto: O personagem: Bem-sucedido no feminino, Grasso visa feito inédito
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.