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Rio-16 é compromisso do Brasil, diz Lula
Presidente pretende ter ajuda do "companheiro" Barack Obama para herdar, em segunda votação, votos dados a Chicago
Em exposição à comitiva do COI, ministra Dilma Rousseff fala que investimento de R$ 30 bi para viabilizar Jogos é "absolutamente compatível"
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ontem a candidatura do Rio a sede
da Olimpíada de 2016, dizendo
que a vitória representaria uma
"autoafirmação nacional".
Após se reunir à noite no Rio
com emissários do COI (Comitê Olímpico Internacional) que
avaliam as condições da cidade,
ele disse que fazer os Jogos é
"um compromisso do Estado
brasileiro" e que, para alcançá-lo, pretende falar até com "meu
amigo [Barack] Obama", presidente dos EUA.
"Qual explicação meu amigo
Obama tem de, se não ganhar
Chicago, não votar no Brasil?
Tenho certeza de que ele, não
indo ao segundo turno, não terá
dúvida em apoiar o continente
americano", disse Lula.
A referência ao segundo turno se justifica porque a escolha
da sede, em 2 de outubro, ocorrerá em três votações. Além do
Rio e de Chicago, concorrem
Madri e Tóquio. O presidente
acredita conseguir angariar os
votos das cidades eliminadas
nas duas primeiras votações.
Lula vê ligações entre Brasil,
Espanha e Japão, concorrentes
ao direito de sediar o evento.
"[Os espanhóis] até fundaram o
meu Corinthians", disse. Quanto ao Japão, ele quer se valer do
elo migratório entre as nações.
A crise econômica e os escândalos no Congresso foram minimizados por Lula quando
questionado em entrevista sobre a possibilidade de desvio de
verbas e estouro de orçamento.
"Eu não sei por que vocês
vendem como novidade o que
acontece na Câmara. Qual é a
novidade? Que um deputado
utiliza passagem [aérea]? Isso é
utilizado desde que o Congresso é Congresso", afirmou.
Pela manhã, em uma exposição à comitiva do COI, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, disse que a crise internacional não afetará a capacidade de investimento de mais
de R$ 30 bilhões nos Jogos.
"De 2009 a 2016, é impossível que o governo não tenha
condições de investir R$ 30 bilhões. É absolutamente compatível", disse a ministra.
Junto ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, Dilma negou que sua
presença no evento esteja relacionada a um possível futuro
mandato como presidente da
República. "A garantia é institucional, não é pessoal", disse
ela, que é apontada como pré-
-candidata do PT à Presidência.
Dilma afirmou ainda que, caso o Brasil ganhe a disputa, o
governo criará um fundo para
gerir os recursos dos Jogos. Ela
ressaltou, porém, que muitos
dos investimentos previstos no
dossiê apresentado ao COI serão realizados independentemente da escolha do Rio como
sede dos Jogos Olímpicos.
"Existe uma interface bastante forte entre o que vai ser
realizado para os Jogos Olímpicos e o que o governo planeja
em termos de investimentos.
Não queremos elefantes brancos", frisou a ministra.
Segundo ela, porém, uma decisão favorável do COI iria facilitar a atração de parceiros privados para os projetos, fazendo
com que eles fosse realizados
de forma bem mais rápida.
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