São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rio-16 é compromisso do Brasil, diz Lula

Presidente pretende ter ajuda do "companheiro" Barack Obama para herdar, em segunda votação, votos dados a Chicago

Em exposição à comitiva do COI, ministra Dilma Rousseff fala que investimento de R$ 30 bi para viabilizar Jogos é "absolutamente compatível"

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ontem a candidatura do Rio a sede da Olimpíada de 2016, dizendo que a vitória representaria uma "autoafirmação nacional".
Após se reunir à noite no Rio com emissários do COI (Comitê Olímpico Internacional) que avaliam as condições da cidade, ele disse que fazer os Jogos é "um compromisso do Estado brasileiro" e que, para alcançá-lo, pretende falar até com "meu amigo [Barack] Obama", presidente dos EUA.
"Qual explicação meu amigo Obama tem de, se não ganhar Chicago, não votar no Brasil? Tenho certeza de que ele, não indo ao segundo turno, não terá dúvida em apoiar o continente americano", disse Lula.
A referência ao segundo turno se justifica porque a escolha da sede, em 2 de outubro, ocorrerá em três votações. Além do Rio e de Chicago, concorrem Madri e Tóquio. O presidente acredita conseguir angariar os votos das cidades eliminadas nas duas primeiras votações.
Lula vê ligações entre Brasil, Espanha e Japão, concorrentes ao direito de sediar o evento. "[Os espanhóis] até fundaram o meu Corinthians", disse. Quanto ao Japão, ele quer se valer do elo migratório entre as nações.
A crise econômica e os escândalos no Congresso foram minimizados por Lula quando questionado em entrevista sobre a possibilidade de desvio de verbas e estouro de orçamento.
"Eu não sei por que vocês vendem como novidade o que acontece na Câmara. Qual é a novidade? Que um deputado utiliza passagem [aérea]? Isso é utilizado desde que o Congresso é Congresso", afirmou.
Pela manhã, em uma exposição à comitiva do COI, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que a crise internacional não afetará a capacidade de investimento de mais de R$ 30 bilhões nos Jogos.
"De 2009 a 2016, é impossível que o governo não tenha condições de investir R$ 30 bilhões. É absolutamente compatível", disse a ministra.
Junto ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, Dilma negou que sua presença no evento esteja relacionada a um possível futuro mandato como presidente da República. "A garantia é institucional, não é pessoal", disse ela, que é apontada como pré- -candidata do PT à Presidência.
Dilma afirmou ainda que, caso o Brasil ganhe a disputa, o governo criará um fundo para gerir os recursos dos Jogos. Ela ressaltou, porém, que muitos dos investimentos previstos no dossiê apresentado ao COI serão realizados independentemente da escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos.
"Existe uma interface bastante forte entre o que vai ser realizado para os Jogos Olímpicos e o que o governo planeja em termos de investimentos. Não queremos elefantes brancos", frisou a ministra.
Segundo ela, porém, uma decisão favorável do COI iria facilitar a atração de parceiros privados para os projetos, fazendo com que eles fosse realizados de forma bem mais rápida.


Texto Anterior: São Paulo: Goleador vê rival fortalecido após vitória heroica
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.