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FUTEBOL
Ex-professor do jogador Bebeto e da cantora Ivete Sangalo, da Banda Eva, quer priorizar as categorias de base
Executivo torna Bahia S.A. em internato
RODRIGO BERTOLOTTO
da Reportagem Local
Alceu Lisboa, 50, foi professor
do jogador Bebeto e da cantora
Ivete Sangalo, da Banda Eva, mas
agora como executivo do Bahia
S.A., quer transformar o time em
um colégio interno para formar
atletas e cidadãos.
"Será como dirigir uma escola. Mas, se não der para atleta, o
garoto vai se tornar um cidadão
com um rumo na vida", diz o diretor superintendente do primeiro
clube-empresa do país.
Ele procura parceria com fundações e entidades como o Sesi e o
Senai, para garantir educação a
custo zero. "O garoto treinaria
de manhã e, à tarde, estudaria."
O raciocínio do executivo é
transformar o Bahia em um celeiro de novos talentos para lucrar
com as transferências.
Segundo Alceu, os jovens não
entraria em contato com os atletas
profissionais. Eles terão um centro
de treinamento em Lauro de Freitas, na Grande Salvador.
"Eles contarão com psicólogos e pedagogos e ficarão distantes
dos profissionais, para não pegar
os defeitos deles."
Por seus cálculos, se houver um
aproveitamento de 10% dos garotos, o celeiro do clube-empresa já
garante seu custo -R$ 79 mil
anual para um time 22 juniores.
"Se, de cada dez meninos, um
sair profissional com passe de US$
1 milhão, nós já saímos no lucro."
Sua prioridade para a categoria
de base é tanta que ele irá delegar
poderes na parte profissional do
clube."Não me relacionarei
com a equipe principal. Só terei linha direta com os juniores."
Apesar de ser o primeiro executivo a aproveitar a Lei Pelé, Alceu a
critica no item formação de atleta.
"A Lei Pelé é boa, mas tem um
ponto ruim: ela inibe a formação
de jogadores. Se, em vez de dois
anos, a lei permitisse quatro anos
para o clube ficar com o passe do
jogador, os clubes investiriam
mais nos jovens."
Alceu Lisboa foi escolhido como
o CEO (Chief Executive Officer)
do Bahia S.A. por ter um perfil de
executivo e educador, além de ser
conselheiro do clube.
O executivo relaxa cuidando do
jardim de sua casa. "O baiano
trabalha muito e estressa. Essa história de preguiça é coisa de gente
que não entende a baianidade."
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