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TOSTÃO
Começou a Copa e, com ela, as zebras
A festa de abertura da
Copa do Mundo foi
uma maravilha.
O público de mais de 64 mil
torcedores -todos assentados
em cadeiras numeradas, bastante confortáveis- vibrou
com o espetáculo.
Pena que o futebol tornou-se
muito mais um grande negócio do que um esporte bonito,
saudável e ético.
Só falta pedirem para os jogadores perderem uma partida, para beneficiar uma outra
equipe patrocinada pela mesma empresa, como aconteceu
na Fórmula 1.
Aí, só vai restar ir embora,
escutar um tango, ou uma
música de Lupicínio Rodrigues, e chorar lágrimas de tanta tristeza.
A cada dia a Copa do Mundo e as seleções ficam menos
importantes do que os clubes.
Esses, investem grandes fortunas e com razão não querem
ficar sem os seus ídolos.
Os jogadores chegam ao
Mundial física e mentalmente
cansados por causa das duras
e frequentes partidas.
Eles só tiveram 15 dias para
se prepararem para a estréia
na Copa da Coréia do Sul e do
Japão. Isso será refletido em
suas atuações.
Muitos atletas importantes
não estarão presentes por causa de contusões.
Por outro lado, após a vitória passar a valer três pontos,
houve melhora na postura e
na qualidade das equipes em
todo o mundo.
Elas se tornaram mais ofensivas e ousadas. Aumentou o
número de gols. A Copa de
1994, nos Estados Unidos, foi
melhor que a de 1990, na Itália, e a de 1998, na França, superior à de 1994.
A de 2002, na Ásia, provavelmente será ainda melhor.
Nesses dias em Seul, a caravana do presidente da Fifa
reeleito recentemente -incluindo ex-craques- festejou
bastante. Pena que, para não
perderem o prestígio e poder,
esses gênios do passado
apóiam e são cúmplices de
maus dirigentes.
Maradona tem muitos defeitos, problemas, mas nunca
fez parte dessa turma.
Em campo, faltou Zinedine
Zidane, maior astro do futebol. Zidane simboliza a associação da arte, da beleza e da
eficiência. Em campo, Senegal
jogou muito bem taticamente
e venceu o jogo.
O time recuou toda a equipe
para o seu campo, fechou os
espaços defensivos, deixou
apenas o habilidoso Diouf na
frente e, no contra-ataque,
conseguiu fazer um gol.
A França pressionou, mas
não teve competência e talento ofensivo.
Todos os titulares do Senegal atuam na França. Como
todo o futebol africano, a
equipe mudou sua maneira
de jogar nas últimas décadas.
Parecia o futebol brasileiro
dos anos 40, 50 e 60. Com a
contratação de técnicos europeus, o futebol leve, ofensivo e
imprevisível se tornou mais
pragmático e de muita marcação, sem perder a habilidade.
Senegal foi vice-campeão da
última Copa da África, perdendo apenas para a equipe
de Camarões.
Os destaques do jogo foram
o goleiro Sylva -deve ser brasileiro disfarçado de senegalês-, o armador Fadiga e o
atacante Diouf.
Fadiga cansou a França.
E-mail:
tostao.folha@uol.com.br
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