São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Time de Bielsa terá prêmio "modesto"

DO ENVIADO A FUKUSHIMA

Muito se especulou na imprensa argentina, mas o fato é que a seleção de Marcelo Bielsa tem a promessa de um dos menores prêmios de todas as equipes que disputam a Copa se for campeã.
Enquanto os espanhóis chegaram a prometer US$ 450 mil a cada jogador caso a seleção leve a taça, a Inglaterra, US$ 280 mil, a França, US$ 270 mil, a Itália, US$ 180 mil, e o Brasil, US$ 100 mil, o prêmio da Argentina não deverá passar dos US$ 30 mil.
Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino, reconhece que a entidade atravessa fase difícil do ponto de vista econômico, já que a situação no país é das piores. "Exceto os repasses que temos da Fifa, todas as nossas receitas são em pesos. Com a desvalorização da moeda, tivemos que apertar os cintos."
Os prêmios pela classificação nas eliminatórias e o salário de Marcelo Bielsa e demais membros da comissão técnica estão atrasados. Se o time for campeão na Ásia, devem ser quitados.
O treinador, cuja saída chegou a ser cogitada no início do ano, quando passou a receber em peso -seu contrato era em dólar-, não quer comentar o assunto.
"Estamos na Copa para ganhar, independentemente de qualquer coisa. Somos profissionais, mas vamos jogar também por amadorismo. E amadorismo no bom sentido. Amadorismo como amor à camisa."
Se a crise fez encolher a premiação argentina, também reduziu -e muito- a quantidade de torcedores que viajaram ao Japão para acompanhar a equipe.
De acordo com a AFA, cerca de 200 pessoas compraram pacotes.
Marcelo Almeyda, 27, torcedor do Boca Juniors, foi um deles. Viajou com a cara e a coragem. "Comprei os ingressos pela internet, mas entrei no país com US$ 800 e nada mais. Se precisar, durmo em parque, aonde for."
Até agora, no entanto, não foi necessário. "Perto da concentração [argentina] encontrei um templo que está aceitando turistas estrangeiros. Com US$ 15 você consegue passar a noite."
Mesmo com poucos torcedores, a Argentina não parece tão interessada em cativar o público local. Depois que Maradona teve o visto negado pelo Japão, os treinos do time que foram abertos passaram a exigir a cobrança de ingresso -US$ 40 por cabeça- para a torcida japonesa.
"Não é torcida que ganha ou perde jogo", disse Pablo Cavallero, 28, que deve começar como goleiro titular em lugar de Germán Burgos, 33. ""A chave em si é difícil [trata-se do chamado "grupo da morte", completado por Nigéria, Inglaterra e Suécia], mas sabemos de nossas possibilidades. Se jogarmos o que podemos, é bem possível que a torcida [da casa] nos apóie." (JCA)



NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 2h30 de domingo




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