|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOSÉ ROBERTO TORERO
Lelê e a abertura da Copa do Mundo
Quando a minha mãe
veio me chamar eu fiz
de conta que estava
dormindo, mas aí ela disse:
"Não precisa fingir, Lelê, que eu
não vou te levar para a escola.
Hoje é feriado. Vem, vamos ver
o começo da Copa do Mundo".
Eu achei isso muito bacana,
porque eu adoro feriado e nunca vi um começo de Copa do
Mundo. Lá na sala estavam o
meu pai, que me dá um monte
de livros que eu nunca leio, o
meu avô, que tem um cheiro esquisito, e o meu tio Torero, que
às vezes pede para eu escrever
umas coisas para ele e em troca
me dá um Ouro Branco e um
Sonho de Valsa (mas eu abro os
dois e troco os recheios, aí eu fico com um Sonho Branco e um
Ouro de Valsa).
A abertura da Copa do Mundo é uma coisa que tem uns caras que fazem discursos, aí tem
uns fogos, depois vêm umas pessoas com roupas estranhas que
andam de um lado para o outro
e isso dá o maior sono.
Então os jogadores cantaram
e o jogo começou. O que eu mais
gostei foi que, quando saiu o gol
do Senegal, o jogador pôs a camisa no chão e todo o time dançou em volta dela. Eu também
tirei a minha camisa, joguei no
meio da sala e comecei a pular,
mas a minha mãe falou: "Pega
já essa camisa que isso não é pano de chão!". Eu disse que estava treinando para quando eu
fizesse gol pela seleção, mas ela
fez aquela cara que quer dizer
"Faça o que eu mando, senão
vai ter!" e eu peguei a camisa.
Quero ver se ela vai fazer isso
quando eu fizer gol numa Copa.
E-mail:
torero@uol.com.br
Texto Anterior: Grupo de 25 torcedores brasileiros é barrado Próximo Texto: José Geraldo Couto: Nada como uma zebra para animar a Copa Índice
|