São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Lelê e a abertura da Copa do Mundo

Quando a minha mãe veio me chamar eu fiz de conta que estava dormindo, mas aí ela disse: "Não precisa fingir, Lelê, que eu não vou te levar para a escola. Hoje é feriado. Vem, vamos ver o começo da Copa do Mundo".
Eu achei isso muito bacana, porque eu adoro feriado e nunca vi um começo de Copa do Mundo. Lá na sala estavam o meu pai, que me dá um monte de livros que eu nunca leio, o meu avô, que tem um cheiro esquisito, e o meu tio Torero, que às vezes pede para eu escrever umas coisas para ele e em troca me dá um Ouro Branco e um Sonho de Valsa (mas eu abro os dois e troco os recheios, aí eu fico com um Sonho Branco e um Ouro de Valsa).
A abertura da Copa do Mundo é uma coisa que tem uns caras que fazem discursos, aí tem uns fogos, depois vêm umas pessoas com roupas estranhas que andam de um lado para o outro e isso dá o maior sono.
Então os jogadores cantaram e o jogo começou. O que eu mais gostei foi que, quando saiu o gol do Senegal, o jogador pôs a camisa no chão e todo o time dançou em volta dela. Eu também tirei a minha camisa, joguei no meio da sala e comecei a pular, mas a minha mãe falou: "Pega já essa camisa que isso não é pano de chão!". Eu disse que estava treinando para quando eu fizesse gol pela seleção, mas ela fez aquela cara que quer dizer "Faça o que eu mando, senão vai ter!" e eu peguei a camisa. Quero ver se ela vai fazer isso quando eu fizer gol numa Copa.

E-mail:
torero@uol.com.br


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