São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2005

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FUTEBOL

Renato Duprat, que costurou parceria com Corinthians, turbina time de Jundiaí, rival do Cruzeiro na Copa do Brasil

Mentor da MSI move Paulista em decisão

FÁBIO VICTOR
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O Paulista tenta chegar pela primeira vez à final da Copa do Brasil impulsionado pelo idealizador da parceria Corinthians-MSI, Renato Duprat, personagem de sete fôlegos no futebol nacional.
O time de Jundiaí, que venceu a primeira semifinal por 3 a 1, pode até perder por um gol de diferença hoje, em Belo Horizonte.
Para além do bom futebol de Márcio Mossoró e da surpresa de Vágner Mancini no banco, o clube conta, nos bastidores, com a intrigante novidade Duprat. Tal qual fez no Corinthians, o médico e empresário intermedeia um contrato entre o Paulista e um misterioso grupo de investidores.
"São pessoas que enxergam no futebol brasileiro um bom negócio", afirmou Duprat.
Segundo a própria diretoria, ao menos três atletas já foram levados ao clube pelo intermediário: o meia Juliano, destaque do União São João no Paulista-05, e os atacantes Vítor (Gama) e Finazzi, este artilheiro do Estadual pelo América. Dos três, só Vítor não tem atuado como titular -não foi inscrito na Copa do Brasil.
Um investidor árabe, que não teve o seu nome revelado, foi o responsável pela contratação de Finazzi. Ele bancou os R$ 200 mil de luvas pedidos pelo jogador.
De acordo com Eduardo Palhares, presidente do Paulista, os três atletas podem ser vendidos assim que os investidores quiserem.
O clube fica com uma porcentagem, que ele não contou qual é. "Os três estão se valorizando e valorizando o time. É um acordo justo", afirmou o dirigente.
O Paulista já assinou um pré-contrato com os tais investidores, liderados pelo empresário Alessandro Sophia. Palhares diz que o Conselho Deliberativo aprovou a minuta, mas integrantes do órgão dizem desconhecer seu teor. "Até agora não vimos nada, não sabemos de nada", afirmou o conselheiro Douglas Roncoletta.
Advogados do clube preparam o acordo definitivo, que deve ser votado em breve pelo conselho.
A reportagem ligou ontem três vezes para o Paulista, onde Alessandro Sophia despacha, mas não houve resposta aos recados.
Ninguém revela quem são os investidores. Embora Palhares admita ter se encontrado com Kia Joorabchian, ele, Duprat e a MSI negam que haja envolvimento da empresa na parceria.
Por sua assessoria, a MSI informou não ter nenhum interesse no Paulista e que nenhum dos seus investidores põe dinheiro no clube de Jundiaí. Kia diz que encontrou só uma vez com Palhares, na Federação Paulista, assim como faz com outros dirigentes.
Já o presidente do clube conta que foram dois os encontros com o iraniano, mas nega ter falado sobre a hipótese de a MSI colocar dinheiro na equipe. Em conversas reservadas, Palhares diz que aceitaria uma proposta de Kia.
Duprat, por sua vez, não desgrudou do presidente do Paulista nas últimas semanas.
"Até o momento, a intermediação do Renato Duprat não tem nada que o desabone, muito pelo contrário. Ele tem sido um parceiro muito vantajoso", disse o presidente do Conselho Deliberativo do Paulista, Djair Bocanella.
Vantagem também tiveram os jogadores, antes mesmo de a parceria ser oficializada. Apesar de a diretoria dizer que não entrou dinheiro em seus cofres, os bichos pularam de cerca de R$ 1.500 para R$ 10 mil na partida de hoje. O Palmeiras, por exemplo, oferecia na Libertadores R$ 3.500.
Para que o contrato seja aprovado, são necessários 50% mais um dos 22 votos do conselho. Segundo a Folha apurou, é improvável que o órgão vete o acordo.
De acordo com Bocanella, as últimas parcerias -com a Lousano e com a Parmalat- foram aprovadas por unanimidade.
Ambas produziram melhoras temporárias e mudaram o nome do time, que já foi Lousano Paulista e Etti Jundiaí.
Desde a saída da Parmalat, hoje em processo de concordata, o clube busca um novo parceiro. No ano passado, chegou a anunciar acordo com o PSV Eindhoven.


NA TV - Cruzeiro x Paulista, Record (para SP) e Sportv 2 (menos para MG), às 21h45


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